ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-05-2002.

 


Aos treze dias do mês de maio do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou iniciados os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Trigésima Terceira Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Haroldo de Souza, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 08 Pedidos de Providências. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de autoria do Vereador Cassiá Carpes, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 102/02 (Processo nº 1682/02); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/01 (Processo nº 2621/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios s/nº, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 10256258, 10256293, 10256354, 10256376, 10250462, 10250945, 10251218, 10256570, 10256645 e 10256693/02, do Senhor Sady Carnot Falcão Filho, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o transcurso do qüinquagésimo aniversário de fundação do Colégio Dom Bosco, nos termos do Requerimento nº 057/02 (Processo nº 1263/02), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: o Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Padre Guerino Stringari e a professora Margareth Fadanelli Simionato, respectivamente Diretor e Coordenadora Pedagógica do Colégio Dom Bosco. Também, foram registradas as presenças dos Padres Marcos Sandrini e José Valmor Cezar Teixeira, Inspetores Salesianos do Colégio Dom Bosco. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel prestou sua homenagem ao Colégio Dom Bosco pelo transcurso dos seus cinqüenta anos de fundação, destacando o trabalho desenvolvido pela instituição homenageada no sentido de propiciar uma educação de qualidade aos seus alunos e lembrando aspectos alusivos à vida e à atuação pedagógica do Padre José Massimi, fundador do Colégio Dom Bosco. O Vereador Carlos Alberto Garcia, informando falar também em nome das Bancadas do PC do B e do PT, saudou o Vereador João Carlos Nedel pela iniciativa da presente solenidade, destacando a justeza da homenagem hoje prestada aos cinqüenta anos de fundação do Colégio Dom Bosco e discorrendo sobre a trajetória dessa instituição no campo educacional e esportivo, em especial quanto à manutenção de equipes de patinação artística. O Vereador João Bosco Vaz cumprimentou os diretores, professores e alunos do Colégio Dom Bosco pelo transcurso dos cinqüenta anos de existência da instituição, manifestando-se sobre a influência exercida pela educação confessional para a formação de cidadãos conscientes do seu papel social perante à comunidade e salientando a relevância do trabalho desenvolvido pelo Colégio Dom Bosco nesse sentido. O Vereador Elói Guimarães pronunciou-se sobre o qüinquagésimo aniversário de fundação do Colégio Dom Bosco, avaliando a importância da existência dessa instituição de ensino para a população que habita a Zona Norte de Porto Alegre, principalmente no que se refere à concessão de oportunidades de estudo a diversos trabalhadores, através da manutenção de cursos noturnos técnicos e profissionalizantes. O Vereador Ervino Besson historiou a instalação da Casa do Pequeno Operário, entidade que deu origem ao Colégio Dom Bosco, comentando dados atinentes às atividades desempenhadas pela instituição ao longo de sua existência e ressaltando a orientação e os objetivos pedagógicos adotados pelo Colégio, no sentido de viabilizar uma formação educacional e cultural adequada e a preparação dos jovens que freqüentam esse educandário para o mundo do trabalho. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Padre Guerino Stringari que, em nome do Colégio Dom Bosco, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso dos cinqüenta anos de fundação da entidade. Às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Estilac Xavier discorreu sobre proposta de implantação de uma linha de metrô em Porto Alegre, mencionando as modernas técnicas de escavação utilizadas para a implantação desse meio de transporte e destacando a necessidade da realização de um estudo aprofundado sobre o tema, a fim de encontrar uma solução que corresponda às necessidades apresentadas pela população da Cidade no que tange ao assunto. A seguir, face à Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Aldacir Oliboni, válida do dia nove ao dia quinze de maio do corrente, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Aldacir Oliboni. Também, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento da Vereadora Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, Líder da Bancada do PSDB, ao Projeto de Resolução nº 063/02 (Processo nº 1214/02). Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se sobre o homicídio do qual foi vítima o Coronel Nei da Silva Feliu, da Brigada Militar, no dia doze de maio do corrente. Também, teceu críticas à atuação da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança e às declarações prestadas pelo Senhor José Paulo Bisol, titular da referida Secretaria, no que se refere à suposta vinculação existente entre o Poder Judiciário e a Maçonaria. O Vereador Elói Guimarães, em tempo cedido pelo Vereador Cassiá Carpes, referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Estilac Xavier em Grande Expediente, no que tange à proposta de implantação de uma linha de metrô na Cidade de Porto Alegre, ressaltando a necessidade da apresentação de um projeto técnico operacional que demonstre a viabilidade da execução dessa obra nos termos em que foi proposta. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Estilac Xavier deu prosseguimento à manifestação efetuada por Sua Excelência em Grande Expediente, analisando proposta de implantação de metrô em Porto Alegre. Também, criticou posicionamentos expressados pelo Vereador Sebastião Melo, no que tange à realização de obras públicas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especialmente quanto a intervenções na estrutura viária da Capital. O Vereador Fernando Záchia externou suas impressões acerca de proposta de implantação de linha de metrô em Porto Alegre, comentando aspectos alusivos ao tempo a ser dispendido e o custo estimado para a execução dessa obra, citando dados técnicos relativos à implantação desse meio de transporte em outras cidades brasileiras e defendendo a instalação, neste Legislativo, de uma Comissão Especial para debater o assunto. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de equipe de reportagem da British Broadcasting Corporation - BBC, de Londres, Inglaterra. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/02 (Processo nº 1574/02), que dispõe sobre a abertura do comércio aos domingos e feriados no Município, prestando esclarecimentos acerca do teor do mesmo e examinando os dispositivos legais que regulamentam a matéria. Também, solicitou a colocação de semáforo no cruzamento da Avenida Érico Veríssimo com a Rua Marcílio Dias. O Vereador Isaac Ainhorn discursou acerca do crescimento dos índices de violência no Estado e no Município, comentando matérias publicadas pela imprensa relativas ao assunto. Nesse sentido, chamou a atenção deste Legislativo para necessidade da implementação de políticas públicas, por parte do Executivo Estadual, no intuito de registrar e coibir a ocorrência de delitos praticados em Bairros da Zona Norte da Cidade, bem como de incluir socialmente menores em situação de risco. O Vereador Pedro Américo Leal abordou aspectos legais e doutrinários alusivos ao conceito de "Estado Democrático de Direito" e traçou um comparativo entre as condições estruturais do Brasil no período em que o País foi governado por militares e nos dias atuais. Também, mencionou artigo publicado hoje no Jornal Zero Hora de autoria do Senhor Paulo Brossard, que versa sobre as ocupações de propriedades rurais por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. O Vereador João Bosco Vaz, manifestando-se sobre as eleições gerais que ocorrerão no presente ano, participou a intenção de Sua Excelência de se candidatar ao Senado Federal pelo Partido Democrático Trabalhista - PDT, tecendo considerações sobre os motivos políticos que o levaram a tomar tal decisão. Em relação ao assunto, informou ter recebido apoio de setores importantes dessa agremiação para disputar as prévias eleitorais do Partido. O Vereador João Carlos Nedel pronunciou-se sobre visitas realizadas por Sua Excelência a Bairros da Cidade, enfocando as condições de pavimentação e infra-estrutura de diversas ruas do Município. Também, procedeu à mostra fotográfica de locais utilizados irregularmente para a colocação de lixo nos Bairros Rubem Berta e Jardim Leopoldina e registrou ter encaminhado ao Executivo Municipal Pedidos de Providências para dirimir o problema. O Vereador Juarez Pinheiro, referindo-se ao editorial publicado no jornal Folha de São Paulo do dia de hoje, analisou criticamente as relações políticas e econômicas estabelecidas entre os Estados Unidos da América - EUA - e países da América Latina, contrapondo-se à instituição do Área de Livre Comércio das Américas - ALCA. Nesse sentido, afirmou que, no entender de Sua Excelência, a implementação dessa proposta contraria os interesses nacionais brasileiros. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão, citando o artigo 229 do Regimento, que dispõe sobre os critérios a serem observados para a utilização da Comunicação de Líder. Ainda, externou seu apoio ao Projeto de Resolução nº 042/01 (Processo nº 1972/01), que versa sobre alterações regimentais pertinentes às Sessões Ordinárias e reuniões de Comissões Permanentes. A Vereadora Clênia Maranhão, reportando-se às comemorações alusivas ao transcurso da data da Abolição da Escravatura no País, convidou a todos para participarem hoje do Evento "Resgatando a Herança Cultural", promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que ocorrerá às dezesseis horas e trinta minutos, no Largo Glênio Peres. Também, informou que será realizada apresentação artística e cultural de grupos integrantes da etnia negra nas dependências do Teatro Glênio Peres, às dezoito horas e trinta minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 087 e 090/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 094/02, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Sofia Cavedon; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/02, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 091, 096 e 089/02, este discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon e Raul Carrion. Também, o Vereador Nereu D'Avila manifestou-se durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano discorreu sobre notícias divulgadas pela imprensa nacional, que apontam um aumento no volume de recursos arrecadados pela Cidade de São Paulo através da cobrança de multas de trânsito. Nesse sentido, defendeu a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 297/01, de autoria de Sua Excelência, que regulamenta a instalação de controladores eletrônicos de velocidade no Município de Porto Alegre. O Vereador Nereu D'Avila manifestou-se sobre o indeferimento de medidas liminares em Mandados de Segurança interpostos pela Bancada do Partido dos Trabalhadores e pelo Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - junto à 7ª Vara da Fazenda Pública, no que tange à instalação, neste Legislativo, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para averiguar denúncias de irregularidades administrativas no DEMHAB. O Vereador Haroldo de Souza teceu considerações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/02, de autoria de Sua Excelência, que autoriza o funcionamento do comércio aos domingos e feriados em Porto Alegre. Também, criticou a ausência de cumprimento da Lei Municipal nº 8.129/98, que institui linhas especiais de serviço de lotação no Bairro Restinga e reportou-se ao resultado do Grande Prêmio da Áustria de Fórmula Um. O Vereador Raul Carrion registrou o transcurso, hoje, do aniversário de edição da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no País no dia treze de maio de mil oitocentos e oitenta e nove. Nesse sentido, referiu-se às legislações editadas à época, que antecederam a Lei Áurea e iniciaram o processo de extinção da escravatura e enfocou a situação social atualmente enfrentada pelas comunidades negras no País, principalmente quanto ao acesso a oportunidades de melhoria de condições de vida. O Vereador Fernando Záchia pronunciou-se sobre artigo publicado na edição de ontem do jornal Correio do Povo, intitulado "Condições das pistas provocam reclamações" e alusivo às condições de conservação das faixas de rolamento de trecho da Avenida Borges de Medeiros situado ao lado do Shopping Center Praia de Belas, criticando declarações prestadas pelo Senhor Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, quanto ao assunto. O Vereador Carlos Alberto Garcia relatou visita realizada por Sua Excelência e outros Vereadores ao Presídio Central de Porto Alegre, a fim de averiguar denúncias de suspensão das atividades do Núcleo de Orientação de Ensino Supletivo do referido estabelecimento, propugnando pela adoção de medidas que garantam a continuidade do funcionamento desse serviço e mencionando declarações prestadas pela direção dessa penitenciária, no que tange ao assunto. O Vereador Marcelo Danéris teceu considerações a respeito das condições do pavimento da Avenida Borges de Medeiros e criticou o Vereador Sebastião Melo no que se refere ao teor de panfleto divulgado por Sua Excelência em reunião do Programa do Orçamento Participativo. Também, contrapôs-se à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para averiguar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. O Vereador Luiz Braz posicionou-se contrariamente ao montante de recursos públicos destinado pelo Executivo Municipal para a publicidade oficial do Município. Também, reportou-se ao encontro político realizado hoje entre integrantes do Partido da Frente Liberal - PFL e do Partido Popular Socialista - PPS, no intuito de formar uma coligação partidária para concorrer aos cargos de Governador e Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul nas próximas eleições gerais. A seguir, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Marcelo Danéris, tendo o Orador manifestado-se contrariamente a essa solicitação. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando a concessão do Tempo Especial previsto no artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento, que versa sobre a manifestação de Vereador quando atingido em sua honorabilidade, o que foi indeferido pelo Senhor Presidente, tendo o Vereador Sebastião Melo informado que apresentaria Recurso contra tal decisão. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, os Vereadores Elói Guimarães e Antonio Hohlfeldt formularam Requerimentos verbais, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 234/01, com Veto Total, que foi discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon e Isaac Ainhorn. Às dezoito horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e Elói Guimarães, este nos termos do artigo 13, § 2º, do Regimento, e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): No Grande Expediente de hoje, faremos uma homenagem ao Colégio Dom Bosco pela passagem dos seus 50 anos. Requeiro que antecipemos o Grande Expediente para o primeiro período.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Carlos Nedel propõe que o Grande Expediente seja incluído no primeiro momento desta Sessão Ordinária. Consulto os Srs. Vereadores. (Pausa.) Em votação o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Este período será destinado a homenagear o transcurso do 50.º aniversário da fundação do Colégio Dom Bosco, nos termos do Requerimento n.º 057/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

Convido a fazer parte da Mesa o Padre Guerino Stringari, Diretor do Colégio Dom Bosco, e a Prof.ª Margareth Fadanelli Simionato, Coordenadora Pedagógica. Contamos com a presença dos Srs. Inspetores Salesianos Padre Marcos Sandrini, e Padre José Valmor Cezar Teixeira, bem como com a presença de representantes do corpo docente e discente do Colégio Dom Bosco. Agradeço a todos os senhores pela presença neste momento tão importante em que esta Casa, com muita propriedade, por autoria do Ver. João Carlos Nedel, faz uma justa homenagem ao Colégio Dom Bosco.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente. Fala como autor da proposta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver. José Fortunati, Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Padre Guerino Stringari, Sr. Diretor do Colégio Dom Bosco; Prof.ª Margareth Fadanelli Simionato, Coordenadora Pedagógica; Srs. Inspetores Salesianos: meu amigo Padre Marcos Sandrini, Provincial dos Salesianos do Sul do Brasil, e Padre José Valmor Cezar Teixeira, da Ordem Salesiana; corpo docente e corpo discente do Colégio Dom Bosco, alunos, amigos, pais, componentes da Associação de Pais e Mestres, senhoras e senhores, ilustres Vereadores e Vereadoras.

Se falarmos na Casa do Pequeno Jornaleiro, na Casa do Pequeno Operário ou no Colégio Dom Bosco, em algum ambiente, certamente todos saberão do que se está falando, pois a comunidade porto-alegrense foi e é usufrutuária imediata dessa obra, hoje modelar, mas que não se fez da noite para o dia, nem sem muito trabalho e sofrimento.

O reconhecimento que hoje a sociedade lhe devota, aqui objetivado na homenagem que a Câmara Municipal de Porto Alegre lhe presta, não seria, entretanto, completo, se esquecêssemos o nome do seu idealizador e fundador, o Padre José Massimi. Se esse nome fosse mencionado ao acaso, em qualquer ambiente, poucas pessoas saberiam de quem se estaria falando. Pois, como recentemente disse D. Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre: “Uma árvore caindo faz mais barulho do que uma floresta crescendo”.

Sua modéstia não fez dele uma presença estelar da mídia contemporânea, apesar de tudo quanto realizou, mas Padre Massimi, aqui chegado já com a idade de 60 anos, dono ainda de um entusiasmo e de um vigor criativo extraordinários, veio a realizar uma nova obra que viria a marcar a história da Cidade.

Sua inspiração era o ideal de D. Bosco, de dedicação aos jovens, preocupado mais em prevenir do que em remediar.

Nem mesmo a xenofobia de que se revestiu o País por ocasião da II Guerra Mundial e que o obrigou a entregar a Casa do Pequeno Jornaleiro à LBA conseguiu abatê-lo. Perseverou sempre em seu ideal e nos legou a obra que hoje temos a honra de homenagear.

Após a sua morte, ocorrida em 4 de agosto de 1977, o melhor que eu poderia dizer aqui sobre ele, da forma mais simples, como sei que seria o seu gosto, é afirmar que nasceu para servir. E de fato serviu.

Senhoras e Senhores Dirigentes do Colégio Dom Bosco, é uma honra muito grande falar em nome das Bancadas do Partido Progressista Brasileiro e do Partido dos Trabalhadores para homenagear essa instituição educacional que tão bons serviços tem prestado a nossa comunidade.

A leitura dos eixos fundamentais que caracterizam o Colégio Dom Bosco permite, desde a primeira linha, sentir a sadia influência de D. Bosco e do Padre Massimi em sua definição. Mais ainda: leva-nos a pensar no belo exemplo que é dado à comunidade educacional, no estabelecimento de propósitos que são absolutamente imprescindíveis para a boa formação do cidadão do futuro neste difícil momento da história gaúcha em que tem sido buscada a ideologização da educação.

Não podendo falar sobre cada um desses eixos, vou mencionar apenas três deles, para a simples reflexão daqueles que nos ouvem ou nos assistem.

Formar para a cidadania e a inserção na Igreja, sendo bons cristãos e honestos cidadãos, é o primeiro desses eixos.

O segundo eixo é ajudar na assimilação crítica da cultura para formar pessoas críticas e reflexivas.

O terceiro eixo é propiciar o desenvolvimento de uma consciência ecológica e solidária.

Tenho a satisfação, senhoras e senhores, de repetir aqui o que em outras oportunidades já afirmei: que o papel da Igreja Católica no campo da educação é ajudar no desenvolvimento integral da pessoa, criando as condições necessárias à formação de bons cidadãos, o que todos os alunos do Colégio Dom Bosco serão, com certeza.

Com esse objetivo e essa visão, a Igreja tem sido insubstituível na ação que desempenha no campo da educação, o que - é preciso que se faça o registro - se dá também no campo da saúde.

Parabéns ao Colégio Dom Bosco, aos seus dirigentes e ao seu excelente quadro de colaboradores pelo Jubileu de Ouro dessa magnífica obra salesiana.

Que Deus nosso Senhor, por seu Divino Espírito Santo, mantenha iluminados seus espíritos e aquecidos seus corações, para que o Colégio Dom Bosco continue a realizar, segundo a mesma orientação cristã, o ideal do Padre Massimi e de Dom Bosco. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Prezada Orientadora Educacional Vera Inguel, com a qual eu tive a felicidade de trabalhar durante muitos anos numa Escola e acompanho todos esses anos a sua atuação em Escolas Confecionais. Quero também fazer uma saudação à Prof.ª Dóris, responsável pela atividade extraclasse na Escola, que cada vez mais mostra o trabalho do Dom Bosco. Quero também saudar a Prof.ª Edinha, saudar o Prof. Fernando, Coordenador de Turno; também o Prof. Luís Marcos, Coordenador Pastoral. Quero também saudar o Ver. João Carlos Nedel por esta iniciativa. Quero saudar os alunos aqui presentes do Colégio Dom Bosco. Quero dizer que esta Escola, que completa neste ano cinqüenta anos, tem a sua trajetória na Zona Norte de Porto Alegre, com uma formação cristã bastante sólida. Lembro-me que, há dois anos, recebi nesta Casa um grupo de pais que, voluntariamente, atuavam no Colégio Dom Bosco com a questão do Lar dos Idosos, na Rua Sepé Tiaraju, entidade que depois foi fechada. Mas fiquei sabendo que aquele grupo continua fazendo ainda o seu trabalho voluntário e isso é muito bom, mostrando que a colaboração das pessoas é algo bastante salutar.

O Colégio Dom Bosco, durante muitos anos, teve uma trajetória também desportiva com a questão da patinação. Lá foi o grande celeiro de inúmeros atletas em nível nacional e internacional. Hoje esta Escola, que mantém mais de mil e duzentos alunos, desde o maternal, passando pelo Ensino Fundamental e Médio, está a cada dia buscando um sonho mais alto. E temos a certeza de que brevemente o Dom Bosco terá as suas faculdades, já que em outros lugares já existem as Faculdades Dom Bosco, mas aqui no Rio Grande do Sul não as temos. Eu sei que há a perspectiva dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Informática. Por isso, na realidade, o que nós queremos é parabenizar essa instituição, que tem nos seus princípios cristãos a sua fundamentação inspirada em Dom Bosco - que ao longo de toda a sua vida exerceu o espírito da doação. E é por isso que, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, também em nome do Partido Comunista do Brasil e em nome do Partido dos Trabalhadores, este Vereador foi agraciado no sentido de poder falar nesta oportunidade.

Quero também dizer, Pe. Guerino, que o tio-avô do Ver. Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, Pe. Osório, foi professor lá do Dom Bosco.

Então, mostrando que esta Casa tem muito a agradecer, hoje, pode ter a certeza, Padre, de que a cidade de Porto Alegre vem a público fazer o reconhecimento por aquilo que a Escola, ao longo desses anos, tem feito para a formação, porque o que se busca, na realidade, é formar cidadãos. E vocês têm essa plena consciência. Portanto, mais uma vez, os alunos, a direção e os professores recebam, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, em nome do Partido Comunista do Brasil e em nome do Partido dos Trabalhadores, o nosso reconhecimento. Mas podem ter a certeza de que o reconhecimento é da cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul pelos trabalhos que vocês, a cada dia, ampliam. E esperamos que, brevemente, vocês retornem a esta Casa dizendo que o Dom Bosco criou as suas faculdades, talvez um centro universitário ou uma universidade. Parabéns! Continuem com a obra do Dom Bosco para todos nós porto-alegrenses e gaúchos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra, por cedência de tempo da Ver.ª Clênia Maranhão, para falar em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente José Fortunati, Srs. Vereadores, demais professores, alunos do Colégio Dom Bosco, eu fiz questão de falar neste momento, eu estou, inclusive, com um aperto no peito, é uma emoção sincera por ver, depois de trinta e poucos anos, o meu Diretor do Colégio Auxiliadora, em Bagé, Guerino Stringari, que eu não via nesse tempo todo, desde menino, em Bagé; tive a oportunidade, Padre Guerino, de reencontrar, no Dom Bosco, o Padre Ervim, grande Padre Ervim; no São Manoel, Padre Lino Fistarol, também trabalhou conosco no Auxiliadora, em Bagé; voltando 30 anos, o Padre Dario Deltóld, Padre Evaldino Ropelato, Padre Eugênio, e eu vejo com emoção que o senhor continua o mesmo, trazendo essa mensagem cristã, essa mensagem de alegria, dedicando-se às causas da educação. O senhor não sabe a alegria que é poder reencontrá-lo neste momento. Voltei no tempo, há pouco, relembrando a história do Colégio Auxiliadora de Bagé, a sua Banda, Padre Carlini, e vejo que os salesianos continuam os mesmos: pregando a qualidade da alma, pregando a qualidade nos relacionamentos, pregando a qualidade da educação. Há poucos dias, Padre Guerino, com muita alegria fiquei sabendo que o Padre José Ralesfieri hoje é um Bispo, e foi nosso professor, também, no Colégio Auxiliadora, em Bagé. E quando o Dom Bosco completa 50 anos em Porto Alegre, orientando jovens, formando adolescentes, formando cidadãos e cidadãs, eu penso o quanto é importante para o desenvolvimento do ser humano esse trabalho salesiano, essas mensagens, pena que o Colégio São Manoel não seja hoje o que já foi, pena que o Colégio São Pedro, em Bagé, não seja hoje o que já foi. Padre Guerino, quero deixar aqui um abraço da bancada pedetista aos professores, aos alunos. Quero dizer que, o que sou hoje, o que alcancei, como profissional do jornalismo, e, agora, como Vereador desta Casa, tem a base familiar, mas tem, ainda, muito da história salesiana na minha vida. Muito obrigado, parabéns a todos.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Prezado Ver. João Carlos Nedel, que, oportuna e adequadamente, fazendo justiça, requer à Casa, a oportunidade, o momento, para que esta se manifeste acerca da importância da Sessão que estamos realizando, em comemoração aos 50 anos de fundação, aos 50 anos de educação que comemora o Colégio Dom Bosco. Quando se homenageia uma instituição educacional, está-se a homenagear algo singular, porque se trata de uma instituição que forma o ser humano, que constrói o homem e a mulher. Essa é a razão, a finalidade maior de uma instituição escolar. E o Colégio Dom Bosco, ali da Zona Norte, está encravado na Vila do IAPI; foram quase que fundados – o bairro, o colégio – na mesma data, e, quando ali se instalou, evidentemente estava cercado de campos, ainda era um período de desenvolvimento daquela região. E é ali que se inicia esse trabalho magnífico de educação, de pedagogia, buscando cursos profissionalizantes, permitindo, num determinado momento, está marcado na memória da Zona Norte, a oportunidade de seus cursos noturnos. Eu não tive a honra de estudar no Dom Bosco, mas muitos dos nossos contemporâneos lá estudavam, à noite, pois tinham de trabalhar durante o dia. Eu não quero fazer uma afirmativa categórica, mas me parece que o Ver. Reginaldo Pujol estudou no Dom Bosco. Enfim, tantas pessoas sem condições tinham oportunidade de estudar no Dom Bosco, uma instituição modelar. Pelo Dom Bosco passaram gerações e gerações que estão aí atuando nos mais diferentes campos da atividade humana: na política, na ciência, nas artes. Então, o Dom Bosco teve - e tem -, Ver. João Carlos Nedel, um papel magnífico, extraordinário não só para a educação, mas também para aquela área da Cidade, por assim dizer, porque, pela qualidade do ensino, por muitos dos seus cursos profissionalizantes, com todo aquele conjunto de atividades, foi uma alavanca no desenvolvimento de Porto Alegre, sim, mas em especial da Zona Norte da cidade de Porto Alegre.

Srs. Professores, alunos, mestres, Direção, recebam a nossa homenagem, a nossa saudação pela importância que o Colégio Dom Bosco exerceu e exerce para a construção do nosso cidadão, para o desenvolvimento educacional do Município, por tudo que representa e representou para a própria história da educação na Cidade e, de resto, no Estado do Rio Grande do Sul. Portanto, a nossa homenagem, a nossa saudação, que o Colégio continue a sua caminhada fazendo exatamente o que vem fazendo até aqui; fazendo educação com qualidade, alicerçada nos princípios basicamente cristãos da solidariedade, da confraternização; enfim, tudo o que representa aquilo que nós todos almejamos ali na instituição pelo seu processo pedagógico. A nossa saudação ao Colégio Dom Bosco, que hoje comemora, com muito brilho, o seu cinqüentenário! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Cinqüenta anos do Colégio Dom Bosco; fundador, Padre José Massimi. Em 1943, o Padre conseguiu um terreno com o Prefeito Loureiro da Silva e construiu a Casa do Pequeno Operário, que viria a ser o Colégio Dom Bosco. O projeto durou dez anos para ser concluído.

No dia 19 de março de 1952 o Colégio foi inaugurado, ainda com a obra inacabada, mas já com cento e vinte e cinco alunos matriculados.

De 1952 a 1962 o Colégio trabalhou apenas com o primário, ou seja, de 1.ª a 5.ª série. Foi quando se expandiram as oficinas de trabalhadores, que desenvolviam várias atividades profissionais, desde a tipografia até a retificação de motores.

Em 1963 houve a instalação do Ginásio Industrial. Foi quando o Colégio passou a direcionar sua atividade para o jovem que precisa de apoio.

Em 1970 é implementado o Ginásio Orientado para o Trabalho.

Em março de 1971 as meninas começaram a freqüentar a escola.

Em 1972 a Casa do Pequeno Operário passou a chamar-se Colégio Dom Bosco.

Em 1975 é aberto o 2.º Grau, com cursos de Técnico em Contabilidade e Técnico em Secretariado, visando encaminhar os jovens ao mercado de trabalho.

Em 1975 passa a se chamar Escola de 1.º e 2.º Graus Dom Bosco.

Em 1980 foi implantado o curso de Habilitação e Auxiliar de Laboratório de Análises Químicas.

Em 1986 foi desativado o curso de Secretariado e aberto o curso de Magistério, oportunidade para difundir a pedagogia salesiana e o Sistema Preventivo de Dom Bosco.

Em 1988 termina o curso noturno.

Em 1994, termina o curso de habilitação de Auxiliar de Laboratório de Análises Químicas, pela baixa procura e falta de recursos financeiros.

Em 1995 termina o curso de Magistério, pois não houve mais procura. Em 1995, ainda, inicia o Curso Básico, para manter a instituição.

Atualmente, o Colégio Dom Bosco tem como principal objetivo o Projeto Educativo-Pastoral. Preocupa-se em formar para a cidadania e para a inserção na Igreja, procurando formar cidadãos críticos e que saibam refletir sobre os problemas do cotidiano.

Outra finalidade é a formação para o mundo de trabalho, procurando atender os jovens com maiores dificuldades, levando em consideração novas propostas educativas e os avanços da tecnologia.

Possui uma atenção especial para a vida em comunidade, através de várias atividades, como celebrações e atividades recreativas e culturais. Ademais, assume a Articulação da Juventude Salesiana e a Espiritualidade Juvenil Salesiana como proposta para a formação de grupos. Por meio desses trabalhos desenvolve nos jovens uma consciência ecológica e solidária.

Para encerrar, Sr. Presidente, nos anos 60, eu era funcionário do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre e fui incumbido, então, pelo fundador daquela época - hoje em memória do Cônego Paulo de Nadal - que me indicou este desafio: que eu visitasse as escolas para que as escolas ajudassem a construir aquela entidade. O segundo colégio que eu visitei foi o Colégio Dom Bosco. Ali foi onde eu recebi, da direção, aquele ânimo, aquele incentivo para essa campanha da construção da Cidade de Deus, e aproveito esta oportunidade para convidar todos para, no próximo dia 20, estarem presentes a uma homenagem que esta Casa fará aos 45 anos de fundação do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, uma entidade que tem uma história, e muitos dos senhores e das senhoras têm oportunidade de acompanhar o seu trabalho, voltado, principalmente, às pessoas mais necessitadas da nossa Capital e da Grande Porto Alegre.

Encerro, pedindo ao nosso Protetor lá de cima que nos dê muita paz, muita saúde para que esta escola continue com o seu trabalho e a sua luta, para o orgulho da nossa Cidade e do nosso Rio Grande. Um fraterno abraço, que Deus acompanhe o passo de cada um no seu dia a dia. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Sr. Padre Guerino Stringari está com a palavra.

 

O SR. GUERINO STRINGARI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em especial o Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem; meus irmãos de congregação, Padre Marcos Sandrini e Padre José Valmor Cezar Teixeira; meus colaboradores no trabalho educativo do Colégio Dom Bosco, coordenadores, professores, auxiliares; representantes da imprensa local; meus queridos alunos e alunas aqui presentes e representantes dos demais, que estão na escola e em suas residências. Senhoras e Senhores, a presença salesiana em Porto Alegre sente-se agradecida a Deus pelo cinqüentenário que está festejando, e quer compartilhar esta alegria com todos os presentes e amigos da obra salesiana.

A presença salesiana na Capital inicia com a chegada do Padre José Massimi em Porto Alegre, vindo de Rio Grande, com o objetivo de ampliar a ação dos salesianos junto à juventude mais pobre e abandonada.

Inicialmente, atendendo os pequenos jornaleiros, percebeu que poderia ampliar de uma maneira mais eficiente e eficaz seu trabalho, se tivesse um local definido para isso. Sonhou, buscou, procurou até encontrar um amplo terreno na Zona Norte da Cidade, junto ao grande complexo habitacional que estava sendo construído: a Vila IAPETEC e a Vila IAPI.

Aos poucos, o sonho começa a se transformar em realidade. Plantas, projetos, marcações, compra de olarias, empreiteiros, pedreiros, trabalhadores. E assim, em 19 de março de 1952, era inaugurada a Casa do Pequeno Operário.

Oficinas, salas de aula, pátios e a presença constante e educativa dos primeiros salesianos marcaram os inícios dessa grandiosa obra da presença salesiana. Muitas dificuldades, muito esforço, muita pobreza, muitas crianças, mas, sobretudo, muito entusiasmo, pois estava em jogo um trabalho muito querido por Deus, que é a educação da juventude.

Padre Massimi, Padre Alfredo Bona, Padre Vitor Vicenzi e tantos outros diretores e salesianos que foram se sucedendo na direção da Casa do Pequeno Operário souberam colocar os alicerces da presença salesiana em Porto Alegre. Essa presença, que foi sentida e querida por milhares de jovens e adolescentes que passaram por aqui nestes 50 anos, continua atuante nos salesianos que hoje pertencem a esta comunidade.

A atuação da Casa do Pequeno Operário hoje é feita por meio do Colégio Dom Bosco com seus um mil e oitenta e cinco alunos, por meio da gráfica Dom Bosco e do Centro Profissional Gráfico, que preparam, gratuitamente, para as artes gráficas, anualmente, sessenta jovens, o Lar Dom Bosco para meninos e meninas de rua, situada na Rua Duque de Caxias, instituição auxiliada por muitos pais de nossos alunos e a Paróquia Dom Bosco, através de seu Santuário, cuja inauguração será feita no próximo dia 24 de maio.

Por isso, muitos são os motivos que nos levam a festejar este aniversário. Não seria justo isto sem a presença daqueles que conosco batalham no dia-a-dia e com aqueles que estão ao nosso lado nos apoiando no trabalho da educação da juventude.

Sempre que uma instituição celebra uma data histórica, é preciso ter presente três momentos: o passado, o presente e o futuro.

O passado, queremos lembrá-lo com gratidão; o presente, queremos vivê-lo, e o estamos - com paixão e entusiasmo -; e o futuro, queremos olhá-lo com muita esperança, na certeza de que o Colégio Salesiano Dom Bosco continuará cumprindo sua missão em favor de significativa parcela da juventude de Porto Alegre.

Nossos agradecimentos ao Ver. João Carlos Nedel pela homenagem, e nosso muito obrigado pela presença de todos vocês. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos agradecer a presença entre nós do Sr. Diretor do Colégio Dom Bosco, Padre Guerino Stringari; da Sr.ª Coordenadora Pedagógica, Prof.ª Margareth Fadanelli Simionato; dos Srs. Inspetores salesianos: Padre Marco Sandrini, Padre José Valmor Cezar Teixeira e do corpo docente e discente do Colégio Dom Bosco, que nos deram a honra e a alegria das suas presenças. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h52min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 14h55min): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, são raras as oportunidades em que se tem oito minutos para discorrer sobre um assunto. Gostaria muito que tivéssemos aqui presente o Ver. Fernando Záchia, porque o Ver. Fernando Záchia tem sido um defensor da Linha 2 do metrô, e normalmente essa discussão aparece com o vezo de que a Administração de Porto Alegre não gostaria ou não tem vontade política a respeito. Fui atrás dos trabalhos referentes ao metrô.

O Ver. Fernando Záchia é proponente de uma Comissão Especial. O metrô tem sido assunto que invariavelmente aparece durante os processos eleitorais. No Ministério dos Transportes, ainda na época do Ministro Padilha, em toda eleição vinha a questão do metrô. Pois bem, a par dos atrasos dos envios e a "incompletude" dos documentos para o metrô, fui verificar o que há hoje de realidade nisso. E, pasmem os senhores, estamos aqui falando de uma obra que tem 20 km de extensão e que pode durar dez anos na sua execução. E eu vejo aqui os Vereadores - existem alguns Vereadores aqui que se especializaram na inconformidade política de criticar quando há obras, pelo transtorno que elas criam. Criam, mas são necessárias, é um ônus assumido pela sociedade para melhorar, depois, a qualidade da sua vida urbana.

Então, Ver. Marcelo Danéris, a obra do metrô, dez anos. Mas V. Ex.ª sabe qual é a tecnologia que está sendo aplicada, pelo projeto original? É a da Linha 3 do metrô, dos anos 70, e não os métodos construtivos avançados. Sabem como é que querem construir o metrô em Porto Alegre? Abrindo uma vala a céu aberto que vai começar lá na Azenha, na entrada da Bento Gonçalves, vai passar aqui na Aureliano de Figueiredo, na Praia de Belas, por baixo dos tribunais, e vai seguir pela Borges, vai entrar no Largo Glênio Peres, e vai pegar a Voluntários da Pátria; vai desviar por baixo da Av. Cristóvão Colombo e vai em direção à Av. Assis Brasil. Tudo isso cavado a céu aberto, ou seja, uma vala cuja média de profundidade é de 10,5 metros. Sabem como é que se constrói metrô hoje? O método moderno? É uma máquina que, por baixo - o chamado “tatuzão” -, vai abrindo e, ao mesmo tempo, já vai concretando. Essa vala tem 10,5 metros de profundidade e, no mínimo, 15 de largura. Existem outros métodos, podem botar uma placa em cima, ir cobrindo e fazendo, mas essa é a verdade. Atingirá quatrocentas e quarenta e seis propriedades, pois, para abrir uma vala, Ver. Elói Guimarães, é preciso que a propriedade que existe em cima seja demolida. E aí esse metrô vai aflorar sabem onde? Lá na Av. Plinío Brasil Millano, no encontro com o Viaduto Obirici, onde ele passará a ser, então, aéreo, na Av. Assis Brasil. Ora, a largura necessária é de 40 metros de gabarito, e a Avenida tem 30 metros. Ou seja, todos os moradores daqueles prédios da Av. Assis Brasil vão conviver, se assim acontecer, com esse modelo de metrô, enxergando os passageiros e conversando com eles pela janela.

Mas isso é só uma parte do problema.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acompanho o seu discurso, acho-o extremamente oportuno. Veja V. Ex.ª que não existe ainda o que há de importante em transporte, que é o estudo operacional, que é exatamente a capacidade do modal em relação à questão dos passageiros, a questão econômica e operacional. Esse, na minha opinião, é o problema mais grave, quando há uma queda de passageiros hoje no País e no mundo. Então, essas coisas, Ver. Estilac Xavier, têm de ser muito bem analisadas, e vou participar do debate que V. Ex.ª traz, porque estou preocupado com esses anúncios de metrô. Estou profundamente preocupado.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Eu agradeço a V. Ex.ª pelo aparte, associo-me à sua preocupação, o meu pronunciamento é a respeito disso. Eu quero dizer que sou amplamente favorável ao metrô. Mas temos de saber qual política está por trás, porque o TRENSURB tem a tarifa de 70 centavos, ou algo em torno disso, e ainda é subsidiado. Quem vai pagar? Ora, se não for o usuário, diretamente, serão todos os demais cidadãos, a partir dos impostos, porque hoje é subsidiado. Até penso que o transporte tem de ser subsidiado. Vinculo-me a essa tese, é transporte popular, mas é preciso que se diga à sociedade o que é. Temos de fazer integração do modal rodoviário, que é um modal hoje absolutamente qualificado na cidade de Porto Alegre, com as referências que se vai ter com o metrô.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) São importantes as suas colocações, Vereador. Quero apenas salientar que nós, de qualquer maneira, precisamos de um outro modal, não só do rodoviário, como existe até hoje na cidade de Porto Alegre. Preocupam-me suas colocações com relação ao atraso de um Projeto dos anos 70, mas a III Perimetral é um Projeto antigo, também dos anos 70, e, por isso, não foi muito bem recebido pela sociedade. Muito obrigado.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Agradeço, Ver. Beto Moesch. Só há uma diferença no nosso pronunciamento e uma impropriedade na sua afirmação. A proposição da III Perimetral é de 1979. Na verdade, no que se refere ao projeto e ao traçado que havia, exatamente porque queríamos um projeto moderno, o alteramos; por isso, lá era pista de asfalto, pista simples, e, agora, há três pistas, corredor de ônibus. Portanto, mudou; inclusive, não havia viadutos, não havia passagens de níveis. A proposta é de 1979; o Projeto é moderno, uma das maiores tecnologias que há hoje. Basta ver o cruzamento da Carlos Gomes com a Protásio Alves, onde o acesso dos pedestres está protegido inclusive com elevador. Aliás, desconheço que exista no Brasil alguma cidade que tenha uma perimetral onde os usuários disponham de elevador, como todo mundo sabe. Mas eu continuo a minha afirmação, Ver. Elói Guimarães. O custo...

Eu disponho de oito minutos, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Sim.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Encerrou o tempo de oito minutos?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Sim.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: O tempo passa rápido, aqui.

Eu voltarei a este assunto, Sr. Presidente, porque ele é de alta importância, e a sociedade tem de saber que eu voltarei depois, no período de Comunicações, para discutir com o Ver. Sebastião Melo sobre uma questão que ele falou no Orçamento Participativo, mas eu vou aguardar que ele chegue, porque é um assunto importante. Voltaremos a falar sobre o metrô. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Apregoamos a Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Aldacir Oliboni, de 13 a 15 de maio.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Aldacir Oliboni, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos a Licença para Tratamento de Interesses Particulares, da Ver.ª Maristela Maffei, referente ao dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Ver.ª Maristela Maffei, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos a Emenda n.º 1 que altera a redação do parágrafo 2.º do art. 1.º da Resolução n.º 1.427, de 28 de setembro de 1999, alterada pela Resolução n.º 1.471, de 05 de junho de 2000. Esta Emenda é de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt.

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Grande Expediente por cessão de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, usamos a tribuna, na tarde de hoje, mais uma vez, para registrarmos que, no último fim de semana, na nossa Cidade, que é de porte médio - possui um milhão, trezentos e cinqüenta mil habitantes -, mais um coronel da Brigada Militar do Estado, mais um homem da segurança pública, dentre tantas outras pessoas, é vítima da escalada de violência que grassa na cidade de Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul.

No sábado, véspera do Dia das Mães, uma tentativa frustrada de assalto resultou na morte do Coronel da Brigada Militar, Nei da Silva Felil, 52 anos, viúvo, pai de três filhos e dois netos, que foi vítima desta tragédia que assola o Rio Grande, que é a violência. À queima-roupa, lhes foram desferidos três tiros que o feriram mortalmente.

Lamentamos que, ao invés de os setores da Segurança estarem encarregados de resguardar a integridade e a segurança dos seus cidadãos, e convocarem a sociedade para uma ação mais forte, mais enérgica, em relação às medidas de segurança dos seus cidadãos, lamentamos que o Secretário da Segurança, quando vai aos jornais seja para atacar algum grupo, algum segmento de expressão na sociedade rio-grandense.

Na semana passada, os maçons e o Poder Judiciário foram atacados; os maçons, acusados de ser uma sociedade secreta. Não entendeu o Sr. Secretário que a maçonaria não é uma sociedade secreta. A maçonaria é, isto sim, Ver. Zé Valdir, uma sociedade discreta, não secreta, mas em alguns momentos a maçonaria é secreta. É verdade. Quando as liberdades democráticas, quando a democracia está ameaçada, os maçons são os primeiros a serem vítimas das perseguições e da violência, a exemplo do que acontece com vertentes do pensamento, Ver. Raul Carrion, a exemplo da perseguição de que são vítimas, dos regimes autoritários e violentos, os comunistas - e aqui o Partido Comunista tem uma história de perseguições dos regimes autoritários -, os maçons também são vítimas da violência dos regimes autoritários, dos regimes discricionários, nos estados de secessão, porque a história da maçonaria sempre esteve vinculada a causas de vanguarda na sociedade brasileira e na sociedade mundial, na luta pela abolição da escravatura, na luta contra as injustiças sociais, na luta por uma distribuição mais justa da riqueza nacional, na luta pela república, na luta pela independência brasileira; sempre estiveram, nesses movimentos, os maçons e a maçonaria. E, tristemente, nós vemos os juízes, os magistrados rio-grandenses, os brigadianos e os militares serem atacados, porque grande parte deles pertence à maçonaria, como se fosse proibido ser maçom, como se fosse proibido ser cristão, como se fosse proibido ser católico ou proibido ser judeu. É assim que começam as escaladas, Ver. Pedro Américo Leal, de prepotência, de violência e de exceção. Primeiro começam com os comunistas, depois são os judeus, depois são os maçons, os ciganos, e a qualquer momento qualquer um dos senhores que está aqui no Plenário.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Ex.ª, Ver. Isaac Ainhorn. O que nos estarrece é que quando o marginal, o bandido nota que é um policial, essas pessoas que têm a responsabilidade de nos dar segurança, eles são covardemente assassinados. Veja, V. Ex.ª, o caminho que nós estamos seguindo. O que irá acontecer no dia de amanhã ninguém sabe. Saúdo V. Ex.ª pelo discurso.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Obrigado, Vereador. Eu quero, mais uma vez, Sr. Presidente, voltar ao tema fundamental de repúdio sobretudo à omissão, à falta de uma ação mais eficaz contra a escalada de violência em nossa Cidade e em nosso Estado. Eu não vou ser sectário ao ponto de dizer, Ver. Juarez Pinheiro, que a onda de violência se circunscreve ao nosso Estado, a Porto Alegre. Eu seria um ignorante se fizesse uma afirmativa dessa natureza. Hoje mesmo assistimos a jornais que mostram que o ator global Edson Celulari foi vítima de um assalto. Diariamente as páginas dos jornais do Rio e São Paulo, também, estão recheadas de informações de registros de violência, de assaltos, assassinatos e homicídios

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, nós queremos, também, a exemplo de V. Ex.ª nos solidarizarmos e transmitir o nosso luto à família desse Coronel que foi, de forma covarde, assassinado.

E pergunto a V. Ex.ª – como alguém que se preocupa com esse tema – quais as causas profundas dessa imensa violência que impera hoje no nosso País e de resto em toda a América Latina?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Tanto V. Ex.ª, como eu, como os Vereadores desta Casa, temos consciência de que a violência tem como causa imediata a crise social, o desemprego, a má distribuição de renda. Mas nós temos consciência, também, de que nós, se somos Parlamentares, se nós temos uma representação popular, se um governo assume o Estado do Rio Grande do Sul, se um partido assume a Prefeitura de Porto Alegre, cada um de nós, tendo consciência das questões, deve ter consciência de que alguma coisa eu tenho condições de fazer para minorar esse clima em que nós vivemos. Alguma. E há condições de fazer; sobretudo numa cidade como Porto Alegre de 1 milhão e 350 mil habitantes, e onde, infelizmente, o governo de V. Ex.ª não consegue retirar os meninos da rua apesar do compromisso de campanha do ex-Prefeito da cidade de Porto Alegre Tarso Genro.

Portanto, eu encerro agradecendo a V. Ex.ª, lamentando tudo isso que está acontecendo em Porto Alegre, e lamentando que quem é maçom não pode condicionar por sua corrente filosófica para julgar os feitos. Assim como quem é católico... É óbvio que o cristianismo está condicionando o meu pensamento para redigir os meus pensamentos e as minhas sentenças. Isso é de uma impropriedade que eu não posso ver, ainda mais partindo de um homem com a formação, a integridade, a cultura do Secretário da Segurança Paulo Bisol. É incompreensível! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, pelo tempo que lhe cede o Ver. Cassiá Carpes, em Grande Expediente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Estilac Xavier trouxe a debate um tema que é extremamente importante, dado que existem manifestações, estudos; já se fez simpósio e há opiniões, há disponibilização de recursos internacionais no que toca à questão do metrô da cidade de Porto Alegre.

Não conheço, Sr. Presidente e Srs. Vereadores - e era a primeira coisa que tinha de ser mostrada à população, à Cidade, ao debate - o projeto operacional. Não o projeto de obras físicas, de obras civis, com as conseqüências que daí decorrem, pois se trata de uma intervenção no coração da Cidade, por assim dizer, extremamente delicada pela repercussão que determinará na circulação da Cidade. Mas, até nesse aspecto, mesmo que isso traria transtorno de toda a ordem, não é a questão fundamental; o que nos preocupa é exatamente o projeto operacional do TRENSURB, aliás, do metrô. E me veio o TRENSURB. Pois o TRENSURB, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tem um déficit sustentado pela bolsa popular. Há um subsídio tirado do tributo, que sai dos cofres da Nação para complementar a passagem do TRENSURB. Significa dizer que o TRENSURB tem um déficit e esse déficit é coberto. Cada passagem - não tenho dados absolutos, agora, mas deve andar o subsídio ao TRENSURB na ordem de 45%, 55% da operação econômica, por assim dizer, e os 45% vêm dos cofres da Nação, são subsídios.

Bem, então, se fala no metrô de Porto Alegre. O Ver. Estilac Xavier trouxe a questão de se abrir aqui as obras civis com as conseqüências daí decorrentes, que são relevantes. É um dado relevante, mas não é o dado fundamental. Afinal, nós temos um transporte deficitário, quando temos, vejam bem, um transporte em Porto Alegre, vejam bem, sustentado pela tarifa, um transporte em que o Poder Público não põe um centavo na tarifa. O transporte em Porto Alegre e em outras cidades é auto-sustentável, o que é o ideal. Então, o transporte de Porto Alegre, seja lá o ônibus, o lotação, etc., não tira nenhum tostão, nenhum recurso do erário público para a tarifa.

Bem, agora quer-se alterar essa matriz. Nós temos que ir muito devagar, Ver. Estilac Xavier, nesse assunto, mas o que nós temos que buscar é exatamente o projeto operacional. O que significa? Qual é a capacidade de demanda que nós temos em Porto Alegre para sustentar operacionalmente um trem, um trem de metrô? Não entraríamos num déficit? É a pergunta que eu faço, pois não existem dados. Não conheço nenhum estudo que me diga claramente: “Pode colocar o metrô, dado que ele será auto-sustentável.” Não existe estudo nesse sentido.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu vou na esteira do seu pronunciamento, Ver. Elói Guimarães, mas o fato é que o Governo Federal, que desconstituiu toda a Viação Férrea do Estado, que implantou a Linha 1 do TRENSURB, cuja tarifa é subsidiada, ao que me ponho a favor, agora quer implantar uma linha 2 com uma tecnologia do passado. V. Ex.ª anota bem a questão do modelo operacional, cujo custo é, no mínimo, o dobro do que está sendo proposto: oitocentos milhões. Não é isso: é um bilhão e meio. Alguém acha que estou falando em reais; não, estou falando em dólares. Um bilhão e meio de dólares para implantar a linha com essas deficiências que estão sendo apresentadas. Por isso é que eu louvei a necessidade de nós discutirmos esse assunto aqui, que também V. Ex.ª, agora, abrilhanta com o seu pronunciamento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: É um assunto, evidentemente, que nós vamos esgotar. É um assunto que tem que ser ampla, detida e tecnicamente discutido, porque não temos ainda um dado que eu reputo fundamental em transporte. Quando se fala em transporte, tem-se de falar em operação, não em obras civis, não em tipo de material rodante. Temos de falar na operação. A operação, Ver. Pedro Américo Leal, rentabiliza, para que o modal se auto-sustente e não vá buscar dinheiro no cofre público, o subsídio. É exatamente aí que está a chave do processo.

Nós temos, repito, um transporte, no Brasil, de um modo geral, tocado por ônibus, pelos modais do pneu, que são auto-sustentáveis e têm custo zero para o Município, o Estado e para a União. Agora nós vamos substituir esse modal por outro. A idéia é muito forte no mundo, muitos países a implantaram em determinados momentos, em determinadas épocas, dadas as conjunturas locais: é a idéia do metrô. Mas vamos “devagar sobre os trilhos”, porque eles poderão puxar recursos que deveriam e que devem ser aplicados em outras áreas, como acontece no caso do TRENSURB. O TRENSURB obteve grandes investimentos, com déficit congênito, pois logo que iniciou a operação, por falta de uma política de implantação do projeto, o TRENSURB passou a ser subsidiado, ou seja, a ter uma tarifa que o usuário e o País, o cofre público pagam. Nós temos que debater essa questão profundamente, mas sempre trazendo ao debate a questão operacional. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu falava sobre o metrô - o Ver. Elói Guimarães também adentrou o debate, e o Ver. Fernando Záchia provavelmente o fará -, e volto a dizer que estamos frente a um debate importante, porque temos um sistema rodoviário adequado, qualificado e queremos o metrô na cidade de Porto Alegre, mas não o metrô como aqui se está propondo. Temos estudos para isso, e a Comissão Especial, que está sendo aventada, é uma comissão que vai trazer muitos dados elucidativos para a compreensão do que está ocorrendo. É 1 bilhão e meio de dólares, numa obra de dez anos! Eu imagino, Ver. Elói Guimarães e Ver. Fernando Záchia, o que dirá uma Vereadora que tem um Projeto aqui sobre impacto econômico, que faz com que, inclusive, se tirem isenções de impostos, se esse tipo de metrô vier a produzir efeitos. Por isso é que o metrô tem de ser o de cavação, aquele que corre no túnel, semelhante ao que foi feito no Rio de Janeiro. Os estudos estão sendo feitos fora do País. É um debate importante! E eu não tenho o menor problema em que a tarifa seja subsidiada. Agora, nós temos de ver exatamente como isso vai bater: no modal rodoviário? E, como nós vamos integrar, de que forma essa integração vai ser feita? Isso é muito importante. Creio que esse debate vai ser alentado a partir da Comissão Especial.

Mas, Sr. Presidente, eu venho acompanhando os debates aqui na Casa e tenho dito que há setores de bancadas oposicionistas que têm feito uma oposição à Cidade, uma oposição que eu classifico, às vezes, como sem rumo. Foi o caso, na semana passada, quando não foi votado, na reunião conjunta de Comissões, o crédito a fundo perdido para a Secretaria da Educação e para a Universidade Federal: aproximadamente 2,5 milhões de reais. Eu vejo também o debate colocado de uma forma bastante difícil – eu até vou chamar a atenção do Ver. João Antonio Dib.

Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª foi Secretário dos Transportes, Diretor do DMAE, Prefeito, atuou em várias áreas e agora é Vereador. Eu recebi um documento do Ver. Sebastião Melo atacando o Orçamento Participativo, dizendo que o Orçamento Participativo não produz efeitos. E ele tem colocado isso nas reuniões do Orçamento. Não é incomum o Vereador fazer isso. O Vereador atacou a tarifa de água. Ele está envolvido na tarifa do transporte coletivo. Tudo ele quer trazer para a Câmara, para que sejam politicamente avaliados os valores, porque uma tarifa política será sempre mais fácil para se obter a simpatia popular. “Vamos reduzir pela metade, que é bom!” Aí o transporte e a água vão perder a qualidade, e a oposição fica mais fácil de ser feita. Mas chegamos a raias extremadas. Estive vendo qual seria, de fato, a atuação do Ver. Sebastião Melo sobre isso, e o documento dele é ilustrativo.

Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª sabe o que é uma obra de arte? V. Ex.ª sabe, em Engenharia, o que é uma obra de arte? V. Ex.ª sabe. V. Ex.ª poderia contribuir com o nosso debate dizendo o que é uma obra de arte?

 

(Solicita o aparte do Ver. João Antonio Dib.)

 

O Sr. João Antonio Dib: Obras de arte, por exemplo, são aquelas que a Prefeitura pagou 350 mil dólares para serem vistoriadas. Os viadutos da Conceição, D. Pedro I, Tiradentes, são obras de arte em Engenharia.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Vereador, eu lhe concedi o aparte e V. Ex.ª aproveitou para fazer uma crítica, mas V. Ex.ª ilustrou o fundamental: obra de arte, em Engenharia, é uma linguagem que é usada para as obras do porte de um viaduto, uma elevada, um túnel, uma passarela, uma passagem de nível. Eis que encontro uma denúncia do Ver. Sebastião Melo, que diz que obras de arte são obras de arte. Ele criticou a temática de Circulação e Transporte, dizendo que era um absurdo colocar 50 mil reais para a compra de obras de arte. Quero fazer uma correção: obras de arte, em Engenharia, são as obras que se referem ao sistema rodoviário: são elevadas, são passarelas, são túneis. A oposição tem que estar atenta quando faz esse tipo de crítica, porque, senão, fica oposição pela oposição. Está no documento, e eu gostaria muito que o Ver. Sebastião Melo estivesse aqui. Mas ele acusou o Orçamento Participativo de privilegiar a temática de Circulação e Transporte, que chega ao absurdo de colocar 50 mil reais para a compra de obras de arte. Só que as obras de arte não são a Mona Lisa, um quadro do Picasso, nem do Monet; obra de arte, em Engenharia, é um viaduto, é uma elevada, é um túnel.

Voltarei a falar sobre esse tema, porque é interessante quando a oposição começa a atacar esse tipo de coisa e tomar esse tipo de atitude em determinados setores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, eu vejo com alegria que o debate, nesta Casa, feito pelos Vereadores Estilac Xavier e Elói Guimarães envolve a possibilidade da construção do metrô na cidade de Porto Alegre. É importante que nós possamos fazer esse debate, porque essa possibilidade de obra, esse pré-projeto desenvolvido inicialmente, a Linha 2, pelo TRENSURB, ele data de 1995. Então, esse pré-projeto existe há sete anos, nos quais vem sendo discutido pela sociedade. Foi apresentado aos governos municipais e estadual e nunca avançou. Porto Alegre tem essa necessidade, e isso parece que é um convencimento; o próprio Ver. Estilac Xavier é um dos que se inclui nesse convencimento, e entende a importância dessa obra para a cidade de Porto Alegre. É uma obra que demanda de 7 a 10 anos o seu período construtivo. Vejam, estamos no ano de 2002, quer dizer, se hoje entendemos já existir a necessidade de que essa obra já estivesse pronta para poder transportar 550 a 600 mil passageiros/dia, vamos imaginar que num passe de mágica essa obra iniciasse no ano que vem, demoraria dez anos - que sete anos é o prazo mínimo de execução - terminaria no ano de 2010. Qual será a necessidade para o transporte público urbano de Porto Alegre no ano de 2010? Será que o metrô não estará defasado? Será que não iremos enfrentar diversos problemas, principalmente na fluidez do trânsito até esperarmos essa obra ser realizada?

Então, por isso que eu os saúdo quando vejo os pronunciamentos de V. Ex.as. As manifestações dos mais diversos Vereadores justificam-se porque esta Câmara Municipal criou, Ver. Estilac Xavier, a Comissão Especial para debater essa matéria, pela importância que tem a construção do metrô, da Linha 2, na cidade de Porto Alegre.

Antes que eu possa conceder-lhe um aparte, Ver. Estilac Xavier, que eu sei que irá enriquecer o debate, é importante que se digam os números verdadeiros. Eu ouvi, infelizmente, somente a segunda manifestação de V. Ex.ª, num aparte que o Ver. Elói Guimarães lhe concedia, quando V. Ex.ª falava em números que não se aproximam da realidade. O custo estimado dessa obra no projeto existente do TRENSURB é de 600 milhões de dólares. É claro que se considera nesse valor os 7 km aéreos, que não é o ideal. Se fizessem esses 7 km também subterrâneos, adicionar-se-iam mais 300 milhões de dólares. Ao invés de 600 milhões de dólares. Se todo o projeto fosse subterrâneo, o custo dessa obra seria de 900 milhões de dólares. É um custo inferior ao da cidade de Goiânia e da cidade de Fortaleza; é um custo semelhante ao da cidade de Recife, é um custo inferior ao da cidade de Curitiba, e são cidades mais ou menos parecidas na sua topografia e na sua densidade; os 17 km da Linha 2 são semelhantes aos dos metrôs já implantados nessas cidades. Veja como Porto Alegre está atrasada, Ver. Estilac Xavier. Essa obra já deveria ter saído do papel. Porto Alegre precisa, para ter trânsito mais seguro, uma menor poluição do ar, menos acidentes, mais qualidade de vida, mais rapidez nos deslocamentos, alcançar isso pelo modal metroviário. É claro que se precisa ter esse modal ajustado com o modal rodoviário, que, hoje, mantém a cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Fernando Záchia, o assunto é importante, porque o nosso Governo tem sido, reiteradamente, acusado de não ter vontade política para o metrô. Nós fizemos estudos, apesar do atraso das documentações do Ministério, e estamos convencidos de que o metrô custa em torno de 1,5 bilhões de dólares, com escavação a céu aberto e contemplando o espaço aéreo sobre a Av. Assis Brasil depois do Viaduto Obirici. Mas eu creio que, na presidência da Comissão Especial que V. Ex.ª requereu e foi aprovada pela Casa, nós poderemos saber onde, realmente, estão os números certos, se na projeção do Ministério ou na nossa proposição, que foi estudada, inclusive com a participação de profissionais do metrô de São Paulo.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Eu acho que isso certamente vai enriquecer esse debate na Comissão Especial, Ver. Estilac Xavier, porque nós poderemos oportunizar a participação dos mesmos técnicos que fizeram o estudo para a EPTC. Mas o que nós temos de lembrar é que esse projeto existente do TRENSURB é algo extremamente maduro, de sete anos, e o estudo da EPTC é algo recente e que ainda não foi finalizado, porque, no entendimento da EPTC, faltam alguns detalhes.

Eu penso que aqui, Ver. Estilac Xavier, tem de ser feita justiça: foi acusado o Governo por não ter vontade política, e com razão, o Governo do Sr. Raul Pont. O Governo de Raul Pont sempre inviabilizou a possibilidade do diálogo, a possibilidade da construção dessa obra. O ex-Prefeito Tarso, quando anunciou, já naquele momento, determinava a autorização para contratar uma Comissão Especial para fazer o estudo. Avança Porto Alegre quando o Governo Municipal admite a possibilidade da discussão. É isso que a sociedade quer! A sociedade quer a viabilização dessa obra! E espero que esta Comissão Especial, que é composta por todos os partidos que fazem parte nesta Câmara Municipal, possa auxiliar neste objetivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Pedro Américo Leal me comunica que nos está visitando um jornalista, um cinegrafista e um fotógrafo da BBC, de Londres, que irá fotografar os Srs. Vereadores e as dependências desta Casa. Sejam bem-vindos.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente em exercício, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores, estou recebendo aqui, outra vez, a Comissão da CPI da Habitação. E eu transfiro esse problema para o Ver. Nereu D’Avila. O que eu estou sabendo é que já havia uma Comissão; aí seriam duas Comissões. Eu fora; eu respondo pela primeira. Essa segunda, de ordem política, não estou nessa jogada!

Meu paizão e amigo, Moisés Tornaim, está magoado comigo, eu sei, mas, eu ia falar até, no começo da minha conversa, aqui, a respeito de obra de arte: “Monalisa custaria 50 mil reais”. Monalisa, meu amigo, Tião Goiano... É viaduto; não é obra de arte!

A julgar pela polêmica que nos últimos dias tem trazido à mídia, de um lado, o Sindicato dos Lojistas – SINDILOJAS -, do outro, o Sindicato dos Comerciários – SINDEC -, a respeito da abertura do comércio aos domingos, o Projeto de Lei apresentado por mim é extremamente oportuno. Vejamos, em primeiro lugar, saliente-se que as leis municipais que tratam da matéria (abertura do comércio aos domingos), tais como a Lei n.º 6.721, de 21 de novembro de 1990, que simplesmente proibia o comércio aos domingos e feriados; a Lei n.º 6.898, de 3 de janeiro de 1992, que alterou a Lei n.º 6.271 e permitiu o funcionamento do comércio aos domingos, desde que haja prévio acordo ou convenção coletiva de trabalho. E a mais recente, a Lei n.º 7.109, de 3 de julho de 1992, que altera a Lei n.º 6.898, ao acrescentar autorização de funcionamento aos domingos para os estabelecimentos que sejam operados exclusivamente por sócios ou familiares do titular do estabelecimento comercial. São todas leis antigas, isto é, anteriores à vigência da Medida Provisória n.º 1.539-38, posteriormente, transformada em Lei Federal n.º 10.101, de 19 de dezembro de 2000.

Assim, todas as leis municipais, porque anteriores à nova legislação federal, partiam do pressuposto de que era nacionalmente proibido o trabalho aos domingos e feriados. Pode-se até dizer que, para o ano de 1992, a legislação vigente em Porto Alegre era até liberal.

Não se trata, tampouco, de discutir sobre a constitucionalidade da Lei n.º 7.109, porque, além do que já tenha dito a respeito do Acórdão do Tribunal de Justiça do Estado, ninguém nesta Casa tem dúvidas sobre a competência do Município para legislar sobre tal matéria.

De outro lado, o que se pode discutir é se uma lei, apesar de não ser inconstitucional, está em vigor, ou se foi revogada por outra mais nova ou de hierarquia superior.

Ora, se somos sabedores de que a legislação municipal vigente é de data anterior à legislação federal, e que esta última é de hierarquia superior à primeira, o mínimo que temos de fazer é tratar de trazer a Lei Municipal para a atualidade, isto é, o que era proibido antes, passou a ser permitido.

Quanto às normas coletivas também mencionadas nos últimos dias, ao que me consta, silenciam quanto a datas posteriores àquelas em que o acordo foi cumprido entre os dois sindicatos. Se há ou não cláusula vigente cabe à Justiça do Trabalho dizer.

O importante, volto a frisar, é que o Projeto de Lei pretende dirimir toda essa celeuma, atualizando a norma municipal para adequá-la ao que diz a norma federal e às exigências dos tempos modernos. E no fundo, este Projeto de minha autoria visa única e exclusivamente à criação de novos empregos. O desemprego é uma calamidade nacional, logo, é uma calamidade gaúcha também. Os empresários terão de pagar, sim, àquelas pessoas que forem trabalhar nos domingos e feriados. Do contrário, este Projeto não terá validade dentro daquilo que eu penso, que é a busca de novos empregos.

Eu pedi ao Ver. Estilac Xavier e pedi à Ver.ª Maria Celeste que tomassem providências, que eu havia encaminhado um Pedido de Providências para que fosse instalada uma sinaleira no cruzamento da Av. Érico Veríssimo com a Rua Marcílio Dias para que os alunos do Bairro Menino Deus, que se dirigem ao Colégio N. Sr.ª de Lourdes, parem de ser ameaçados de atropelamento. Até agora eu estou aguardando resposta a esse assunto.

Quanto à discussão que começa nesta Casa a respeito do metrô, eu só espero que isso não se transforme num projeto igual ao do trenzinho móvel, que virou museu, aqui em frente à Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveito mais uma vez o meu tempo em Comunicações para retornar a esta tribuna e voltar ao tema que iniciei, na tarde de hoje, sobre a questão da segurança. Mais uma vez reitero aqui que o que aparece nos grandes jornais da Capital é uma outra nuança, é um outro enfoque que eu passo a dar nas reflexões sobre as questões que envolvem a escalada de violência na Cidade.

O primeiro enfoque foi aquele aqui referido da violência através dos registros diários dos jornais de nossa Cidade. A cada dia uma violência, um assalto, uma morte. Infelizmente os jornais registram aqueles em que o impacto da violência é maior, como esse que noticia a morte de um Coronel da Brigada Militar, mais um nessa escalada de violência. Mas gostaria de fazer um enfoque, trazer à reflexão de V. Ex.as aqueles delitos, as violências que ocorrem diariamente e que não são objeto das crônicas diárias dos jornais, conquanto não têm aquele impacto de uma morte, sobretudo quando atingem uma pessoa de destaque, conhecida. Aquilo que acontece no anonimato da vila, no cotidiano do bairro, esses registros - Ver. Pirulito, e V. Ex.ª é um homem ligado às vilas populares da cidade de Porto Alegre – não comparecem nas páginas diárias dos jornais da Cidade. Infelizmente, só comparecem quando se tornam estatísticas. Pois, não há dia em que não ocorram fatos envolvendo drogas, envolvendo assaltos, roubos nos bairros e nas vilas populares de Porto Alegre. No Sarandi - e aqui há Vereadores que residem naquela região, na Zona Norte -, os armazéns e fruteiras... V. Ex.ª, Ver. Zé Valdir, sabe que, na sua região, os bolichos, os armazéns, as fruteiras em determinado horário começam a trabalhar com grades, fechados, sem que os fregueses possam ingressar dentro do estabelecimento. V. Ex.ª é testemunha disso. Agradeço o aceno de V. Ex.ª que, em boa hora, retorna a esta Casa para ser testemunha desses fatos que acontecem na Nova Gleba, na Vila Elisabete, na Vila São Borja, onde são diários os fatos de violência. Mas não é só lá, é no Menino Deus, é no Bom Fim, é no Bairro Farroupilha, na Auxiliadora, na Independência onde senhoras, quando saem de uma missa, são atacadas e suas bolsas são tomadas. É na frente das escolas que ocorre a violência maior sobre os meninos e as crianças, quando lhes são oferecidos e vendidos drogas e produtos similares. Primeiro, são dados; depois, vendidos. Depois é esse quadro de tragédia a que os tóxicos e drogas conduzem a nossa juventude. Esse é o cotidiano da nossa cidade de Porto Alegre. Infelizmente, estamos assistindo a esse quadro dramático; e volto a dizer, sem solução de um problema que Porto Alegre teria tudo para resolver, o problema dos menores e meninos de rua. Isso não seria difícil resolver em Porto Alegre, bastaria disposição, determinação e vontade política da Administração Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho examinado exaustivamente desta tribuna o estado democrático de direito. Por que estou fazendo isso? Por que estou conclamando os advogados, que pululam neste Plenário, para que me venham dar uma resposta as minhas perguntas? Porque eu pertenci a um regime militar! Todo o Rio Grande do Sul sabe disso! Eu não escondo isso. Eu pergunto se a sociedade de então não tinha mais ordem, mais segurança, mais estabilidade do que agora? Vivíamos melhor ou não? É a minha intenção caracterizar e não particularizar que as coisas eram diferentes. Não tínhamos, absolutamente, liberdade de imprensa. Eram dois segmentos da sociedade que se digladiavam: aqueles que não se conformavam com a ordem instalada para a disciplina, e aqueles que pregavam a disciplina. E o povo brasileiro contemplava tudo isso praticamente sem tomar conhecimento! Sempre pergunto ao frentista do posto de gasolina que freqüento, ao homem da rua, qual seria a melhor parte de sua vida, e ele caracteriza como a do regime militar. É inacreditável! Os direitos individuais, os coletivos, os direitos sociais; a liberdade de imprensa naquela época foi sacrificada - reconheço isso -, mas a insegurança; o domínio da droga, que agora campeia pelo Brasil; a dívida interna que disparou, devemos quase que um PIB! E os juristas, onde estão? Melhorou? O País melhorou? Os excluídos: são setenta milhões de indigentes e pobres, e não se faz controle de natalidade, tão pouco planejamento familiar, passando sobre a realidade como se não existisse, é muito descaramento!

Eu andei lendo a despedida e posse dos dois desembargadores da AJURIS, e pretendia falar sobre isso hoje, resolvi que vou deixar para outra vez que ocupe a tribuna, falando sobre o estado democrático de direito.

Para ir direto ao assunto e reporto-me ao artigo que o Advogado Irani Mariani publicou na Zero Hora. Em um dos parágrafos consta o seguinte: “O estado democrático de direito está-se esvaindo...” Não sou eu que digo, é ele no jornal de anteontem, leiam a Zero Hora. Dizia Irani Mariani: “O estado democrático de direito está-se esvaindo, pois os ditos desvalidos, que crescem de forma assustadora e sem controle, estão criando uma nova ordem, fora do alcance da Lei.” O Poder Judiciário e parte dele suscitam dúvidas. Empresas e pessoas, proprietários da fazenda Ana Paula acham que não adianta recorrer ao Poder Judiciário, última instância da sociedade democrática, do estado democrático de direito. Não percebemos isso, e o líder da baderna protegida pelo estado democrático de direito afirmou que a "Ana Paula só vende produtos para o exterior, para estrangeiros, não para a mesa dos brasileiros.” Mas que bobagem! Mas que besteira! Pois, se a exportação vai-nos permitir recursos até para diminuir a dívida interna e a externa. Disse e ficou por isso mesmo. Onde se andara o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra? Não tem personalidade jurídica, ninguém sabe onde ele mora, agora parece que mora no Clube da Cidadania. Pelo menos agora podemos processá-lo, sabemos onde mora. O Diógenes cometeu uma grande gafe. Pois, meus senhores, o que há é ignorância ou má-fé? Não sei. O dono da produtivíssima Ana Paula já chegou a dizer: "Investi em País errado. Eu errei. Eu joguei o meu dinheiro num País errado”. Meus senhores, aonde vamos? Onde é que está o estado democrático de direito? Hoje, Paulo Brossard de Souza Pinto publica um artigo magistral: “Investi no País errado”. É a respeito do investimento que o empresário da área do couro, do calçado, fez na agricultura, na pecuária, através dessa formação do bloco que tem na Ana Paula, e desesperado... não querem solicitar a reintegração de posse. Não, não querem, dizem: “Não queremos”. Hoje, mataram dez terneiros e uma vaca de linha. Hoje.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Seu tempo esgotou, ilustre Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Este é o estado democrático de direito, Sr. Presidente? Quero dizer aos Senhores que o Regime Militar dava ao povo brasileiro um estado democrático de direito melhor, mais seguro, mais amplo do que esta bagunça que estão fornecendo. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver.   João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, as pessoas têm-me perguntado, algumas com ironia, outras por interesse, se eu realmente sou pré-candidato do PDT ao Senado. Pois eu vou dizer, Ver. José Valdir, que tive uma surpresa muito agradável, que engrandece qualquer político e qualquer homem público: inicialmente, sete das dez zonais do meu Partido me procuraram, sete presidentes, com documento assinado, não concordando com as duas candidaturas postas, as pré-candidaturas, e querendo que eu repetisse 94, quando o Ver. Elói Guimarães foi o candidato ao Senado, com trezentos e cinqüenta mil votos; e mais recentemente, em 98, o Ver. Pedro Ruas, quinhentos e cinqüenta mil votos. Eu pedi a esses companheiros que trouxessem mais apoios, mais assinaturas. E hoje nós temos apoio, assinaturas de nove das dez zonais de Porto Alegre, da Secretaria do Negro, da Juventude Estadual, da Juventude Municipal, da Ação da Mulher Trabalhista de Porto Alegre, de Prefeitos, de Deputados. E eu, pensando, não tenho mais o direito de recuar. Vou colocar o meu nome, o meu nome está à disposição dessas lideranças. Já são mais de cem assinaturas de grandes lideranças do PDT em Porto Alegre, de grandes lideranças do PDT no interior. E as pessoas perguntam: “Mas não é muita pretensão do Ver. João Bosco Vaz?” Eu não tenho nenhuma pretensão. “Qual o projeto do Ver. João Bosco Vaz para o Senado?” O meu projeto é o projeto do meu Partido, Ver. Isaac Ainhorn; o projeto que o Partido decidir. Então, quero deixar claro aqui que eu não tenho mais como recuar, a não ser a um único candidato. Se o Jornalista Lasier Martins confirmar que concorre ao Senado, eu abro mão, torno sem efeito esse documento com mais de cem assinaturas. Do contrário, vou para a disputa interna com a certeza da vitória, pelo apoio que tenho das companheiras e companheiros, e com a certeza que tenho grandiosidade e credibilidade para representar o PDT como os Vereadores Elói Guimarães, em 1994, e o ex-Vereador Pedro Ruas, em 1998, representaram.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um parte? (Assentimento do orador.) Ver. João Bosco Vaz, quero, em meu nome pessoal, externar o apoio e o reconhecimento da legitimidade do pleito que formula V. Ex.ª. Não é um pleito só de V. Ex.ª, é um pleito de um conjunto de bases partidárias que reconhecem em V. Ex.ª um nome e uma visibilidade capaz de empolgar significativos setores da sociedade rio-grandense. Nossa solidariedade, nosso reconhecimento e o compromisso de, internamente, lutar e trabalhar pelo seu pleito na convenção do nosso Partido.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Agradeço o apoio de V. Ex.ª, Ver. Isaac Ainhorn, e aos Vereadores que estão engajados nessa iniciativa, que partiu da base partidária. E quando uma iniciativa dessa envergadura, Ver. Juarez Pinheiro, é feita do apelo das bases de um partido é muito valorizada, engrandecendo ainda mais a candidatura ao Senado.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Bosco Vaz, como diz o Ver. Pedro Américo Leal: “Um grande pelotão é com grandes soldados”. Portanto, V. Ex.ª é um soldado do Partido e teve grandeza colocando seu nome à disposição do Partido. Saúdo e cumprimento V. Ex.ª pelo compromisso assumido.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Muito obrigado, Ver. Ervino Besson, reafirmo que, com o apoio, com as assinaturas, sou pré-candidato e vou para a disputa interna. Só não disputo com o Jornalista Lasier Martins; retiro o meu nome no momento em que ele assumir a sua candidatura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente Elói Guimarães, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de falar um pouco sobre Porto Alegre. Eu tenho visitado a nossa Cidade, visitado os bairros, as vilas, tenho estado em contato permanente com a nossa comunidade e não tenho encontrado boas notícias. A manutenção geral das ruas, das estradas está realmente abandonada. Estive na Chácara dos Bombeiros, a Estrada da Represa está um abandono total, buraco para todos os lados! E fui um pouco mais adiante, estive na Chácara do Primeiro, lá em cima do morro, fui visitar a casa de uma amiga e quase não pude retornar, tive de sair um bom pedaço de marcha à ré, porque o caminho estava intransitável, com buracos que não dava para andar. Esta é Porto Alegre de 2001! Tristemente, a manutenção geral das ruas está abandonada. Encaminhei, hoje, pedidos de providência para ver se as coisas melhoram, mas é realmente uma vergonha. Também estive no conjunto habitacional Rubem Berta, a mesma coisa! A manutenção das ruas, um caos, lixo, Ver. Pedro Américo Leal, por toda a parte, que os nossos amigos da BBC, de Londres, não vão acreditar. Lixo na Capital da Qualidade de Vida, lixo à vontade! Lixo em arroios, Vereador, aqui estão as fotos. (Mostra fotos). Impressionante! É uma pena!

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel, esta qualidade de vida que Porto Alegre ostenta e que é muito “publicizada” foi só duas vezes em 13 anos.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Isso é muito bom que se diga, porque, na verdade, essa qualidade de vida vem sendo divulgada e isso não ocorre. Eu vejo, aqui, um pessoal lá do Leopoldina, também estive lá no Leopoldina, na Rua Ziláh Totta, uma vergonha, lixo em plena rua, em plena pista de rolamento. Estive lá no Timbaúva III, uma vergonha! No Timbaúva III, olha o lixo que tem depositado lá no Timbaúva III, um abandono e uma tristeza. É essa a qualidade de vida.

Eu não sei se a BBC de Londres vai transmitir para o mundo a respeito dessa lixeira em que está transformada Porto Alegre, é uma pena.

 

A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria, Ver. João Carlos Nedel, para que não passe para a BBC de Londres nem para os porto-alegrenses a superdimensão que V. Ex.ª dá aos focos de lixo que ainda existem e resistem na Cidade, e, em contraposição ao volume de investimento na reciclagem, na coleta, na educação ambiental, isso é muito pequeno para uma Cidade do tamanho da nossa, com os problemas de exclusão social que enfrenta em função da política que o País tem. Então, penso que V. Ex.ª deveria colocar na verdadeira medida as questões que aponta, Ver. João Carlos Nedel. Talvez a Câmara pudesse ajudar, por intermédio da TVCâmara, num processo educativo, porque é essencialmente isso que ainda falta em Porto Alegre. E mais, Ver. João Carlos Nedel...

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não! Permita-me falar, o seu aparte já foi exagerado, porque veja o seguinte: as fotografias mostram lixo! (Mostra as fotografias.) Aqui está - não sei se alguém pode ver - um arroio que ninguém pode enxergar.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, nós somos testemunhas do mau trato aos arroios em nossa região. Realmente esta Administração está fazendo um péssimo serviço à nossa comunidade, dando tratamento para os arroios como V. Ex.ª demostra aí. Não é só esse, não; em todas as regiões da Cidade não existe, na verdade, nenhum tipo de trabalho para fazer com que o saneamento coloque as comunidades em melhores condições.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Luiz Braz. E digo mais: a Prefeitura está fazendo um belo trabalho lá na conclusão daquela zona da Av. Severo Dullius, lá nos fundos do nosso Aeroporto, mas todo o trabalho desemboca num dique que está totalmente coberto de vegetação, assoreado, que não vai dar vazão à água, qualquer chuva alaga toda a região. Estão aqui as provas. (Mostra as fotografias.) Estão aqui, isto é insofismável e este é o estado em que se encontra a nossa Cidade. Não vou “relativizar”, está um abandono, está uma vergonha. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Gostaria de agradecer à BBC de Londres, que há pouco nos visitou, por intermédio de um dos seus cinegrafistas e repórteres.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Elói Guimarães, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, há pouco falava com a Ver.ª Clênia Maranhão que, talvez, tenha passado despercebido por todos nós... E fui alertado por um jornalista sobre um artigo que foi publicado, hoje, no editorial da Folha de São Paulo, que trata sobre “Amaral e a ALCA”. Entendo que não existe, hoje, na pauta política, assunto mais importante - estando, inclusive, no mesmo patamar do processo eleitoral – para falar do que a ALCA. Porque falar sobre isso é falar da soberania do País, é falar da sua instituição, por força do imperialismo norte-americano, e da morte cerebral do nosso País. Verificamos, na Folha de São Paulo, que, pela primeira vez, um representante do Governo brasileiro abandona aquela posição de que seria uma imposição divina o ingresso do Brasil na ALCA. Diz o editorial da Folha de São Paulo: “Enfim surgiu uma manifestação do Governo brasileiro condizente com a perspectiva real da Área de Livre Comércio das Américas. O Ministro de Desenvolvimento, Sérgio Amaral, declarou que, se os norte-americanos continuarem se recusando a colocar as verdadeiras questões sobre a mesa de negociações, não haverá razão para que nós concluamos esse acordo.”

O recente fast track que o Congresso Americano ofereceu ao Presidente Bush já dizia que teria que ficar uma série de barreiras. Ver. Nereu, não bastou o episódio da “vaca louca”, quando ficou patente, para todos nós, que o que estava por detrás de tudo não era uma barreira zoossanitária, mas era, sim, uma barreira protecionista dos canadenses, querendo proteger a sua empresa de aviação Bombardieu, na disputa com a EMBRAER, para que o Governo brasileiro tomasse uma posição. Mas, agora, a recente questão do aço, quando novas barreiras foram impostas pelos americanos, novas barreiras agrícolas, parece que fez com que o Governo brasileiro verificasse as reais conseqüências da Área de Livre Comércio das Américas. Sabemos hoje da nova ordem internacional; existem dois mecanismos fundamentais para que os países constantes no G-8 imponham suas políticas imperialistas. Uma é a formação de blocos econômicos para saquear os países mais pobres, e a outra é a imposição de dívidas, para que, com o endividamento, os países fiquem eternamente escravos do capital financeiro internacional e dos países mais ricos. A imposição americana da ALCA significa, na verdade, um processo de neocolonialismo, fazendo-nos voltar ao período de colônia, porque vamos colocar o império do mercado acima da saúde e da educação. A ALCA significa, na verdade, um processo de neocolonização, fazendo com que as pessoas não possam circular de um país para outro, mas as mercadorias possam circular, não dos países pobres para os países ricos, mas apenas dos países ricos para os países pobres. Trata-se a ALCA de um processo que, se efetivado, é o golpe final na soberania do País, o golpe final na soberania dos países da América Latina. Um processo que se iniciou com uma patologia de endividamento que colocou - eu diria, numa palavra - o País no hospital, uma doença grave. O Plano Real, que gerou um endividamento monstruoso, colocou o Brasil na UTI. E agora, se for aplicada realmente essa imposição do governo norte-americano, significará a perda da nossa soberania. Não é porque nós estamos numa esfera inferior na Federação que nós não temos de discutir este assunto. Este assunto tem a ver com a vida do nosso País, tem a ver com a soberania do nosso País. E nós temos, Ver.ª Clênia Maranhão, duas verificações. Como vamos ter igualdade de tratamento com a economia americana, que detém 74% do PIB das Américas, quando nós, somados Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, temos apenas 8% do PIB das Américas? Como vamos colocar numa mesma relação de igualdade países com desenvolvimento tecnológico tão abissais na sua diferença? Portanto, esta manifestação, que conta pela primeira vez com uma posição do Governo brasileiro, por intermédio de um Ministro do nosso País, dizendo que a ALCA não é uma imposição divina, que a ALCA interessa às transnacionais, que a ALCA interessa aos monopólios privados, que a ALCA interessa apenas aos Estados Unidos, é uma posição que, independentemente de disputas políticas que estejamos fazendo, nós temos de saudar. E tomara que ela tenha eco e que não ocorra como no caso de um Ministro das Relações Exteriores do Itamaraty que, após fazer uma declaração semelhante, foi afastado do corpo diplomático brasileiro. Que essa posição, Ver. João Carlos Nedel, de um Ministro deste País, seja ouvida pelo Governo Federal na sua totalidade, e que venhamos a nos dar conta de que a ALCA não interessa ao Brasil, a ALCA interessa aos imperialistas, a ALCA interessa aos Estados Unidos, a ALCA interessa aos monopólios privados, a ALCA fará com que aumentem as desigualdades sociais, fará com que a exclusão social aumente, fará com que aumente a miséria, haverá poucos recursos para a saúde, para a educação, e, como tantos Vereadores aqui falam, tudo isso fará com que aumente a violência também.

Portanto, a nossa saudação enfática a essa manifestação de um Ministro de Estado, e que, a partir dela, possa-se estabelecer uma nova relação no que se refere à discussão deste acordo nefasto, que é, na verdade, a continuidade do NAFTA, que já contém Estados Unidos, Canadá e México. Que ela faça eco em nosso País, e que se some às manifestações do movimento social organizado, que verificamos em grande parte dos muros das nossas cidades, dizendo “Não à ALCA.” E nós, aqui, fazemos coro: “Não à ALCA; sim à soberania nacional.” Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, são 16h20min. Esta Sessão foi iniciada há 140 minutos. Na sexta-feira eu dizia da minha tristeza, nesta tribuna, pela forma com que os problemas são tratados nesta Casa. Na sexta-feira perdemos a manhã inteira, e tínhamos três Vetos para discutir. E, pela experiência que tenho, pela vivência que tenho, eu tenho absoluta convicção de que em 30 minutos teríamos decidido sobre os três Vetos. Não conseguimos concluir a discussão nem do primeiro Veto. E, hoje, temos 140 minutos, que deveriam ser apenas 114. Se considerarmos que ao Ver. Fernando Záchia não foi dado tempo, nós teríamos que ter apenas 106 minutos. São 140 minutos de Sessão e não construímos nada. Temos, nesta Casa, setenta prêmios diferentes, e há gente fazendo mais projetos de resolução para criar novos prêmios. Não temos nem tempo de entregar todos os prêmios. Mas, depois destes cinco minutos, que devo utilizar em Comunicação de Líder, mais doze Líderes podem-se expressar aqui, o que dá mais 60 minutos, se eles cumprirem o tempo de cinco minutos. E, com referência à Comunicação de Líder, o art. 229 do Regimento diz que: “O Líder, a qualquer momento da Sessão, exceto na Ordem do
Dia, poderá usar da palavra por cinco minutos sem apartes para comunicação urgente e de excepcional importância. Já ouvi fazerem convites para festa em Comunicação de Liderança. Então, as coisas se tornam difíceis.

Penso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que deve ser observado: o Plenário agora está vazio praticamente, mas, daqui a pouco vamos entrar na Ordem do Dia, daqui uma hora e mais alguma coisa, e aí voltarão os Vereadores para o Plenário, e nós vamos, talvez, decidir sobre um Veto. Talvez. Por isso é que, de vez em quando, eu preciso elogiar o Ver. Haroldo de Souza, que chegou aqui no ano passado, é novo na Casa, mas fez uma colocação de termos a quinta-feira destinada exclusivamente para a Ordem do Dia. Temos, hoje, na Ordem do Dia nada menos do que oitenta e três Projetos para serem examinados. Nós não vamos examinar três; são oitenta e três Projetos para serem examinados, mas vamos continuar fazendo leis.

Então, o Ver. Haroldo de Souza está certo e o Projeto de Resolução dele não é examinado. Nós deveremos ter três dias de Sessão, terça, quarta e quinta-feira. Quinta-feira não tem nem Comunicação de Liderança, no meu entendimento: só Ordem do Dia, só vamos decidir os Projetos que aqui estão, ou não apresentem mais Projetos, porque não serão examinados, não serão estudados. Ou então façam como todos os anos: quando chegam os últimos dias de junho, a coisa acelera e se votam a toda pressa Projetos que precisavam ser bem estudados, mas se discutem Projetos que não precisam ser discutidos fartamente. Agora, quando chega uma matéria importante, nós estamos com pressa, e quando é dezembro, então, a coisa é muito pior.

Não tem por que fazer todas essas Sessões que fazemos aqui, onde se fala, fala, fala e não se realiza.

Portanto, estou reafirmando a minha tristeza pelo que aqui está ocorrendo. Volto a dizer - eu sei que Vereadores estão ouvindo-me nos seus gabinetes -: o Plenário está vazio. Cada um pensa que pode fazer as coisas da sua maneira. Resolveram o problema...

 

O Sr. Raul Carrion: (Aparte anti-regimental, inaudível.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador, eu não estou dizendo que V. Ex.ª não esteja, não falei isso. Eu disse que o Plenário está quase vazio: para um plenário que deveria ter 31 Vereadores, não tem 10.

Então, não tenho por que dizer que estou satisfeito com a presença que tem no Plenário. Eu estou realmente triste e quero que as coisas sejam examinadas com mais rapidez, eficiência, competência e com mais seriedade. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, comunidade porto-alegrense que acompanha os trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta tarde do dia 13 de maio, eu queria, nesta oportunidade, divulgar e convidar todas as senhoras e senhores para que possam participar de duas atividades que estão sendo, no dia de hoje, realizadas entre a Comissão de Direitos Humanos desta Casa e várias entidades, grupos de afro-descendentes do nosso Município, grupos artísticos e culturais, entidades religiosas, alusivas ao 13 de maio, a data em que, no Brasil, se institucionalizou a luta travada pelos quilombos, travada pelos parlamentares abolicionistas e que culminou com a assinatura da Lei da Abolição da Escravatura.

Eu queria compartilhar com vocês o documento que serviu de convite, para as manifestações do dia de hoje, dos atos que nós, conjuntamente, intitulamos “Resgatando a História Cultural”. (Lê.) “A força e a determinação de lutar pela liberdade deve ser relembrada como um resgate de ações positivas da história e como incentivo a novas conquistas para a humanidade. Dentro desse ideário, a Comissão de Defesa do Consumidor e Diretos Humanos - CEDECONDH - da Câmara Municipal de Porto Alegre, atendendo solicitação de entidades políticas, religiosas e culturais do nosso Município, soma-se às atividades alusivas à comemoração do 13 de maio em nossa Capital, data em que se comemora a assinatura da Lei da Abolição da Escravatura no Brasil. Neste dia 13, segunda-feira, dois atos estão sendo realizados na busca do resgate à cultura e à religiosidade dos filhos da África, que ocupam o nosso Estado e nosso País desde a diáspora africana do século XVI. Os negros estarão reunidos, apresentando os seus ritos religiosos e manifestações das culturas da África. As entidades religiosas dos afro-descendentes que, em manifestação emblemática, farão rufar os tambores e apresentarão um ritual africanista, em frente ao Mercado Público, resgatarão o seu passado, reafirmando sua participação em nossa sociedade multirreligiosa e multiétnica.

Nesta data, a Câmara Municipal de Porto Alegre terá o privilégio, também, de acolher uma apresentação artística e cultural dos grupos musicais de Porto Alegre, quando poderemos viver a emoção de conhecermos a arte dos afro-descendentes da nossa Cidade.”

Portanto, Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu me ausentarei deste Plenário, nos próximos minutos, para pode participar da solenidade do rufar dos tambores, seguindo o ritual africanista que acontecerá no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, no Centro de Porto Alegre.

Queria também, por último, Sr. Presidente, para às 18h30min, convidar a todos aqui presentes para um show de apresentação artística e cultural da cultura afro-descendente do nosso Município, que vai acontecer na noite de hoje, 13 de maio, aqui no Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre. Será uma contribuição, um ato de parceria com a Comissão de Direitos Humanos, àqueles que buscam o resgate da cultura afro-descendente em nosso Município. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1142/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/02, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que denomina Rua Santo Expedito um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta. Com Emenda nº 01.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1547/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/02, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que acrescenta § 3º ao art. 1º da Lei nº 8.758, de 29 de agosto de 2001, que institui, no âmbito municipal, o Dia Municipal da Cultura e da Paz, adota a Bandeira da Paz e dá outras providências.

 

PROC. 1593/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que autoriza a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a adquirir meios de transporte adequados, guinchos e mecanismos necessários para retirar animais de grande porte das ruas do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 1626/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que dispõe sobre o parcelamento de valor de multa de trânsito,  preços públicos e encargos, nas situações que menciona, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1540/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que proíbe ao Executivo Municipal o corte no fornecimento de água a consumidores.

 

PROC. 1574/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que autoriza o funcionamento do comércio aos domingos e feriados.

 

PROC. 1602/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 091/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Waldemar Pinheiro Cantergi um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 1630/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Dr. Ivo Antônio Custodio Ardais um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria, inicialmente, de prestar um esclarecimento à ilustre Ver.ª Maria Celeste, que apresentou um Projeto, denominando uma rua de Rua Santo Expedito. Como já há um Projetoanterior ao dela, denominando Santo Expedito uma rua, também no Bairro Rubem Berta, existe uma Emenda em que a ilustre Vereadora colocou o nome de Madre Paulina, em homenagem à nova Santa da Igreja Católica, que estará sendo canonizada dentro de poucos dias em Roma pelo Papa João Paulo II. A primeira Santa brasileira.

Eu gostaria de cumprimentar a ilustre Ver.ª Maria Celeste pela grande oportunidade de ser, com certeza, a primeira Vereadora que denomina uma rua com o nome da nova santa brasileira. Meus cumprimentos. É uma grande oportunidade que realmente dignifica o seu mandato nesta Casa.

O ilustre Ver. Pedro Américo Leal informa que irá cumprimentar a ilustre Vereadora. Realmente, ela merece os cumprimentos.

Também em Pauta há um Projeto do Ver. Fernando Záchia que dispõe sobre o parcelamento das multas. Efetivamente, o Projeto é oportuno, porque os porto-alegrenses, a classe média, estão com inúmeras dificuldades financeiras e esse Projeto vem, justamente, ajustar esse grande impacto financeiro que tem cada vez que o contribuinte, um proprietário de automóvel é multado por essa fúria arrecadatória que são os pardais. Efetivamente, sem dúvida, é um instrumento de aumento da arrecadação do Município. Por isso nós estamos estudando nesta Casa o Projeto de autoria do Ver. Valdir Caetano, que coloca as lombadas eletrônicas em substituição aos pardais. Sem dúvida é um projeto que merece estudo e que, no meu entendimento, merece a aprovação desta Casa, assim como já acontece em Santa Catarina e na nossa Assembléia Legislativa, onde, recentemente foi aprovada a troca dos pardais por lombadas eletrônicas, o que, efetivamente, é mais democrático.

Também, em 3ª Sessão de Pauta, o Projeto de autoria do Ver. Sebastião Melo, que proíbe ao Executivo Municipal o corte do fornecimento de água aos consumidores em atraso com o DMAE.

Eu não concordo com esse Projeto, porque acho que temos de ter outras alternativas; simplesmente proibir o corte de água aos consumidores em atraso é por demais drástico, influi, decisivamente nas receitas do DMAE, e isso eu penso que tem que acontecer de uma forma equilibrada e não nessa forma de proibição. Talvez tenhamos que dialogar com o DMAE para que haja maior parcelamento dessas dívidas em atraso. Mas proibir o corte, acho que não resolve o problema e poderá agravar ainda mais essa dificuldade. Esta Casa tem muita responsabilidade e, no meu entendimento, não é dessa forma que se chega a uma boa solução. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente Ver. Reginaldo Pujol, na presidência dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, sobre um dos projetos em Pauta, o que trata do parcelamento das multas, não tenho opinião. Acho que, tecnicamente talvez, tornar mais acessível o pagamento das multas seja algo bem-vindo - é uma discussão a fazer. Mas esse Projeto me remete à polêmica dos pardais, à polêmica da redução de velocidade. É uma inversão da lógica que nós estamos constituindo nesta Cidade. Eu estava há uma semana em licença médica por problemas no joelho, e ficava impressionada, ao ver as notícias, com o desserviço que estamos prestando à educação do povo desta Cidade. Na verdade, quem está cumprindo a tarefa de fazer cumprir a lei é que está sendo punido, questionado ou chamado de “fúria arrecadadora” ou de estar violentando o cidadão. Mas quem não cumpre a lei - e está-se fazendo uma apologia nesse sentido - é que está sofrendo a ação do Estado. Se andarmos a 60 km por hora, que é a lei na Cidade, não precisamos nem saber onde estão os pardais ou onde estão os guardas de trânsito, não há a menor necessidade de nos preocuparmos com multas. Na verdade, estamos invertendo a lógica quando fazemos apologia da dificuldade, de quanto tem prejudicado os porto-alegrenses a presença dos pardais. Pelo contrário, temos diminuído acidentes com a diminuição da velocidade. Esse tipo de iniciativa, no meu entender, presta um desserviço. Não estamos tratando de crianças; portanto, temos que trabalhar com educação e não com punição. Estamos falando com adultos, que já tiveram contato, pela grande divulgação, com o Código de Trânsito, adultos que sabem ler placas, que prestam exame para ter a carteira de habilitação. E a multa é educativa sim; quem já tomou uma multa, já diminuiu a velocidade nesta Cidade. Portanto, tínhamos que repensar as nossas ações, no Legislativo Estadual e no Legislativo Municipal, pois nesses Legislativos há falas que estão invertendo a lógica. Estamos querendo proteger os infratores, estamos querendo diminuir o ônus de quem não cumpre a lei, e desmoralizando o Estado. Acho que isso é uma inversão completa e que não tem cabimento. Na verdade, não temos de avisar em uma loja para não roubarem porque há um fiscal. As pessoas não têm de roubar. Se não roubar, não há problema se tem ou não um fiscal ao lado. Temos de pensar nessa perspectiva, nessas leis e propostas que estão aqui, que trabalham com essa lógica, que reforçam a possibilidade de não cumprir a lei e não ser penalizado.

De novo, volta a discussão do comércio aos domingos. O Ver. Haroldo de Souza não está no Plenário, mas eu quero lembrar que é possível abrir o comércio aos domingos nesta Cidade, que a única coisa que nós fazemos e fizemos nesta Câmara, com muito debate, com muita participação dos empresários, dos trabalhadores, foi preservar a possibilidade da negociação. A abertura do comércio está condicionada à negociação entre trabalhadores e patrões. É o mínimo que podemos garantir para quem tem de vender a força do seu trabalho a quem é o proprietário dos empregos: que ele se possa sentar a uma mesa de negociações e discutir o custo, o valor do seu trabalho especialmente no domingo. Já estão os trabalhadores em uma situação de grande desvantagem, pela grande massa de desemprego que está aí, e pela flexibilização das leis do trabalho. Na questão do domingo, na medida em que nós aqui na Câmara podemos manter a possibilidade de ele negociar, ele deve exigir minimamente alguma retribuição para ter de sair de casa aos domingos, isso sem falarmos de todo o prejuízo que a abertura do comércio aos domingos dá ao comércio dos bairros, aos pequenos empreendimentos. Essa foi uma discussão riquíssima que fizemos no ano passado. Lamento que esta Câmara, em vez de avançar, retoma os mesmos temas, pela pressão do capital sobre os Vereadores, pela pressão para que haja mais lucro, para que haja mais facilidade, para usar a mão-de-obra de forma mais barata ainda. Essa é a verdade da luta que se trava quando se quer abrir o comércio aos domingos. Tenho certeza de que, de novo, esta Câmara vai manter a possibilidade de negociação, de o trabalhador ter dignidade se tiver de trabalhar domingo. É ingenuidade do Ver. Haroldo de Souza dizer aqui que isso vai gerar emprego, porque já está provado que não gera emprego; o que gera emprego são os pequenos estabelecimentos. Já foi provado aqui que a mercearia da esquina, o açougue, a padaria, aqueles pequenos empreendimentos do bairro que dão vida e emprego ao bairro, ganham muito mais no sábado e no domingo, e que a abertura do comércio vai quebrar o pequeno empreendimento. De novo, somos obrigados a fazer esse debate, mas o faremos com qualidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Ver. Reginaldo Pujol, Presidente em exercício, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TV Câmara e pessoas que nos dão a honra de estarem, nesta tarde, acompanhando os trabalhos aqui na Câmara Municipal de Vereadores, as notícias nacionais estão dizendo que a Prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, aumentou a arrecadação em multas pelos ditos pardais, em 183%, no primeiro ano do seu mandato. E como isso foi feito? Com a diminuição da tolerância dos equipamentos. Cento e oitenta e três por cento a mais de arrecadação sem nada de diminuição em acidentes de trânsito em São Paulo! Será que esses equipamentos que estão sendo instalados têm realmente o fundamento de diminuir os acidentes de trânsito? Se fosse provado à população de Porto Alegre que esses equipamentos têm o fundamento de diminuir os acidentes de trânsito, podem ter a certeza de que nós estaríamos a favor da instalação desses equipamentos. Mas o que é que nós temos visto? Não diminuem os acidentes de trânsito, e a fúria arrecadatória continua cada vez mais furiosa. Por que este Vereador fez um projeto pedindo a substituição dos pardais de Porto Alegre por lombadas eletrônicas? Porque nós acreditamos, Ver. Haroldo de Souza, que este equipamento, este sim, tem a finalidade de fazer com que os condutores de veículos venham diminuir as velocidades e queremos que esses equipamentos sejam instalados em locais previamente estudados. Não em qualquer local. Queremos que Porto Alegre tenha um trânsito educado, queremos evitar os acidentes de trânsito, queremos evitar as mortes ocasionadas por acidentes de trânsito, mas nós não queremos que seja da forma como está sendo feito hoje em Porto Alegre. Não diminuiu de forma nenhuma os acidentes de trânsito. Mas as arrecadações continuam, não somente em Porto Alegre mas em todo o Estado do Rio Grande do Sul. São multas e mais multas e pardais colocados em locais estratégicos.

Por que é que nós não vamos fazer como fez o nosso Estado vizinho Santa Catarina, que já os substituiu por lombadas eletrônicas, essas sim, são visíveis. Essas sim são colocadas em portas de escolas, em hospitais, em locais onde tem que se diminuir a velocidade. Nós não queremos que os condutores de veículos andem com os seus veículos em alta velocidade, mas também parar a Cidade e parar o Estado da forma que estamos fazendo se fosse, torno a dizer Srs. Vereadores, favorável, se isto tivesse algum proveito, diminuíssem os acidentes e as mortes do trânsito seria louvável, mas da forma como está sendo feito nada disso tem sido provado. Só multas e mais multas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, oito projetos na Pauta no dia de hoje, que vão se somar, é claro, aos oitenta e três que estão na Ordem do Dia. Mas há algumas dezenas que já passaram na Pauta e que também serão somados e que nós não vamos resolver. Enquanto isso eu vejo o Ver. Adeli Sell autorizando a EPTC a adquirir transporte adequado para retirar animais de grande porte, quando feridos ou quando mortos, das ruas de Porto Alegre. Essa autorização é desnecessária, esse Projeto de Lei não é necessário, ele poderia ser dispensado. Mas, enquanto nós votamos essa matéria, enquanto nós discutimos essa matéria, nós temos de receber cartas daqueles concursados que aguardam a sua oportunidade de trabalhar e que não conseguem, porque deveríamos ter discutido há mais tempo, porque o Prefeito não mandou, mas nós deveremos ter o bom-senso, a seriedade, a responsabilidade que o Prefeito não teve nós devemos ter; então, nós estamos recebendo cartas dizendo do medo, da preocupação que eles têm com o vencimento do concurso que se dará nos dois ou três primeiros dias de julho.

Por outro lado, o Ver. Sebastião Melo propõe a proibição do corte de fornecimento de água aos consumidores. Eu fui Diretor do DMAE por duas vezes e quem, em 1968, determinou o corte por ramal, quem determinou que se fizesse o corte quando não houvesse pagamento foi este Vereador. E eu não estou arrependido. Por isso o DMAE hoje tem água para 97% da população. Porque todos pagam. E eu devo dizer até que os que menos têm são os que mais corretamente pagam, com a experiência que eu tenho. Mas o Vereador está apresentando um Projeto de Lei que a Procuradoria da Casa diz que não é competência da Casa, porque incide nas atribuições do Prefeito, Lei Orgânica, art. 94 - atribuição exclusiva do Prefeito. Mas, por outro lado, ele distribui um volante onde ele diz que o corte de água e luz é inconstitucional e ilegal. “Se aparecer alguém para cortar sua água ou luz, reaja!” Eu acho que, com toda a tranqüilidade, esse tipo de orientação – me perdoa Ver. Sebastião Melo –, não é das melhores. Se ele está propondo uma lei, eu acho que há uma dúvida sobre essa legalidade, ou inconstitucionalidade. Por isso ele está propondo uma lei que nós vamos votar sim ou não. Eu espero que seja não. Mas ele já está aconselhando a reação. Pessoas menos esclarecidas, menos avisadas podem reagir de forma violenta, Ver. Sebastião Melo. Eu não posso concordar com esse tipo de orientação. Eu até entendo que V. Ex.ª esteja preocupado com o corte e não queira que corte, mas até agora não foi provada esta inconstitucionalidade, ilegalidade. A exposição de motivos do Projeto é bastante extensa, vemos que é uma coisa que não foi bem-estudada. Possui oito páginas de estudo dada a preocupação do Vereador de não cortarem a água. Mas eu acho que é uma solução correta que está sendo usada pelo DMAE e - como disse -, permitiu que nós, hoje, tivéssemos 97% da população abastecida. E que o DMAE não devesse nada a ninguém. Agora o que não está certo no DMAE é o abuso que fizeram com o aumento das tarifas e, especialmente, no serviço onde tem aumento de 1096%.

Por isso eu prefiro menos leis, mas muito mais responsabilidade com aqueles que são aqui representados por nós. Não podemos deixar acontecer o está acontecendo, porque o Prefeito não se interessou e o concurso vai perder a validade. Eu acho até que há interesse em que este concurso não valha mais, por isso eles mandam em cima da hora. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente dos trabalhos, Reginaldo Pujol, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos em discussão de Pauta e entre os projetos, vetos e uma enorme lista de decisões que temos de tomar, sem dúvida, estamos na expectativa de que seja votado o processo que cria a Secretaria Municipal de Segurança. Está na Pauta, e há um acordo na Casa que estamos tentando que seja cumprido, que é aquele acordo que, antes da votação dos doze vetos que havia, no início do ano para votar, estabelecia que o primeiro Projeto a ser votado após os vetos seria o Projeto referente à Secretaria Municipal de Segurança Pública. Nesse ínterim vem se acentuando problemas de segurança, problemas pertinentes à municipalidade. Eu já nem falo que ontem foi morto um oficial da Brigada em assalto, ou seja, cada vez aumenta mais a questão da insegurança nesta Cidade. Impõe-se cada vez mais esse problema, que deve ser tratado com a devida seriedade, e nós não teríamos problema nenhum em retirar o nosso Projeto.

E a Prefeita Marta Suplicy está querendo, em regime de urgência, que se crie também em São Paulo; então, não é uma matéria tão indiferente ao PT. A Prefeita da maior cidade do Brasil está criando uma Secretaria Municipal de Segurança Urbana, esse é o nome da Secretaria de São Paulo. Ela é do PT, uma das estrelas do PT, quer uma Secretaria Municipal, Porto Alegre também tem guardas municipais, lá é ancorada nos guardas municipais a Secretaria. Os guardas municipais, aqui, ociosamente, só cuidam de prédios, andam armados para nada, porque não fazem uso da arma porque, ao que conste, ninguém, até hoje, invadiu uma Secretaria à noite. A única Secretaria invadida, de vez em quando, é a Secretaria da Agricultura, o Ministério da Agricultura, pelos sem-terra. Agora, eu acho que a municipalização da segurança, lato sensu e as Secretarias municipais, como quer a Prefeita Marta Suplicy, estrito senso tem de ser encarado com realidade.

No sábado estive na Rua da Praia, fui a um evento sábado à tarde no Clube do Comércio, e verifiquei que está um caos a Rua da Praia, e está oficializada a questão dos ambulantes, não é mais ambulantes, são verdadeiras lojas na Rua da Praia e chancelado pela Administração Municipal, porque estão padronizadas as barracas com o BANRISUL. Então, aquilo foi custeado, foi patrocinado pelo BANRISUL, órgão oficial do Estado. Eu não sou contra os camelôs; eu fui Secretário da SMIC; eu fiz o equilíbrio entre os camelôs e o SINDILOJAS, na época. Eu sei que há muita necessidade do comércio informal para os desempregados, eu sei muito bem disso; agora, outra coisa é colocar esses estabelecimentos na rua - eu fiquei escandalizado -, porque uma coisa é uma banquinha e a pessoa ganhar ali como ambulante, outra coisa é uma enorme barraca, verdadeiras lojas na rua, na Rua da Praia, prejudicando o trânsito de pedestres. Então, é muito diferente e é muito bom ganhar - patrocinado pelo BANRISUL -, uma enorme barraca, não pagar imposto e passar um sábado lindo de outono vendendo na Rua da Praia, é maravilhoso! Milhares de desempregados gostariam de estar ali. Então, se há um conflito ali, e há muitos conflitos, tem de chamar a Brigada, a Brigada tem que cuidar é do povo, dos assaltos e não dos conflitos entre ambulantes e a SMIC, para isso tem de chamar os Guardas Municipais.

Foi feito um concurso no fim do ano passado para Guardas Municipais; houve sete mil participantes, candidatos, passaram quinhentos, nenhum ainda foi chamado. Eu acho que devem ser chamados duzentos, trezentos adestrados para cuidar da segurança, principalmente nos assuntos pertinentes à municipalidade.

Sr. Presidente, terminado o meu tempo de Pauta, requeiro tempo de Liderança do PDT, com autorização da Bancada, principalmente do Líder Isaac Ainhorn.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu concedo esse tempo a V. Ex.ª com grande satisfação, V. Ex.ª está enfocando um assunto muito relevante. V. Ex.ª está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Obrigado. Concluo essa questão da Pauta e passo para outro assunto agora, assunto no regime de Liderança da Bancada. Nós acabamos de receber a notícia que o 1.º Juizado da 7.ª Vara da Fazenda Pública e o 2.º Juizado da 7.ª Vara da Fazenda Pública acabam de indeferir, através dos Juízes Pedro Luiz Poza, do 1.º Juizado da 7.ª Vara da Fazenda Pública e da Dr.ª Juíza, Elisiana Peres, do 2.º Juizado da 7.ª Vara da Fazenda Pública, indeferiu liminar impetrada, no 1.º Juizado, pelo PT, através de sua Bancada Municipal, e no 2.º Juizado, impetrado pelo DEMHAB, ou seja, os dois pedidos de liminar foram indeferidos. Portanto, passamos a esperar o julgamento do mérito, o que, evidentemente, irá demorar. Assim, nós não temos mais nada a esperar e devemos instalar a CPI do DEMHAB, regularmente requerida, desde o início deste ano, com dois itens objetivos. Por bom senso, aguardávamos para saber se haveria alguma liminar. Se houvesse liminar, esta Câmara ficaria mal, instalando uma CPI, depois vindo a interrompê-la. O Poder tem de ser preservado, e nós estamos aqui para preservar o Poder Legislativo Municipal. Agora, diante da liminar denegada pelos dois juizados da 7.ª Vara, não há óbice legal para a instalação da CPI, de modo que ela está, neste momento, sendo preparada, através da assinatura dos líderes para a indicação dos componentes da CPI.

Esta era a notícia que eu queria dar nesta tarde, achando que é importante para os moradores, porque agora mesmo soubemos de um documento, ajuizado contra um morador, propondo ação de despejo. Acho que o discurso do PT tem de ser coerente, tem de ser uniforme. Se eles acham que “alienência”, que acho que existe, com relação ao uso das principais ruas do Centro, como a Rua da Praia, porque há um desemprego latente, crescente, há uma crise social indescritível, todos sabem disso. Portanto, o comércio informal é o resultado disso. Esse é o discurso do PT, é um discurso até certo ponto coerente com a crise. É incoerente quando a Administração Popular, sabendo que os moradores, por circunstâncias que não interessam, estão contra ou a favor do DEMHAB - é uma questão democrática -, começa uma perseguição àquelas lideranças ou àqueles que fazem parte desse movimento contrário ao DEMHAB, entrando em juízo para despejar pobres pessoas que inclusive se não pagam é porque não podem. Tanto quanto eles, muitos desempregados estão lá, como milhares que estão desempregados por aí. Até como advogado, acho que o direito de peticionar é legítimo, mas creio que é muita coincidência, entre aspas, que esse direito seja exatamente com aquelas pessoas que hoje estão liderando movimentos lá, contrários ao DEMHAB, contrários a uma série de irregularidades que a CPI se propôs a deslindar.

Portanto, neste momento, fica o registro de que não há mais nada a fazer senão a instalação imediata da CPI. Muito obrigado.

(Manifestações das galerias.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, hoje é o terceiro dia da discussão de Pauta do Projeto do Ver. Haroldo de Souza sobre a questão da abertura ou não do comércio aos domingos. E nós queríamos concluir o nosso posicionamento, que é contrário a este Projeto e fundamental. Primeiro - já nos referimos a esse Projeto em duas ocasiões -, deixar claro que a atribuição desta questão, que é uma questão de interesse local, é constitucionalmente atribuição da Câmara Municipal. Não cabe, nesse caso, uma definição por qualquer lei federal. Aliás, é interessante, eu tenho aqui a Lei n.º 10.101, que sucedeu a Medida Provisória a qual o Ver. Haroldo de Souza se referiu, e ela é explícita quanto diz no art. 6: “Fica autorizado a partir de 9 de novembro de 1997, o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, observado o art. 30, inciso I da Constituição.” E o que diz o art. 30, inc. I? Diz que “a questão que compete ao Município são as questões de interesse local.”

Então, não pode haver dúvida jurídica sobre isso. A própria - já havia-me referido, mas retorno - Precedente Administrativa n.º 45, que os que incitaram à desobediência civil pelo SINDILOJAS se referiram, diz também no seu inciso III: “A abertura do comércio aos domingos é de competência municipal, e a verificação do cumprimento das normas do Município incumbe a fiscalização de posturas locais.” Isso é colocado depois, quando diz que não cabe à Delegacia do Trabalho. Por quê? Porque pela lei federal poderia, mas havendo a lei municipal, está impedida.

Em segundo lugar, além da legitimidade municipal, nós mostramos - e isso é importante Ver. Haroldo de Souza, e sei que V. Ex.ª tem uma preocupação com os direitos dos comerciários - que isso significará a retirada de todas as vantagens conquistadas pelos comerciários, quando acordam o trabalho nos domingos e feriados no seu dissídio, e vou referir quais: primeiro, o abono de 26 reais por domingo ou feriado trabalhado desaparece. Estamos, por essa lei - e sei que não é essa a intenção de Vossa Excelência - retirando os 26 reais; estamos retirando o vale-refeição a mais que nesse dia eles recebem; estamos retirando o vale-transporte a mais que nesse dia eles recebem; estamos retirando o direito de eles compensarem, em dias acertados entre os dois sindicatos. Então, na verdade, eles mantém os direitos celetistas, mas todas as vantagens que têm conquistadas serão retiradas.

Significará também o mais selvagem liberalismo, podendo, a partir daí, por decisão dos empresários, o comércio abrir em todos os domingos do ano, em todos os feriados do ano, em todos os feriadões do ano. E para aonde vai a vida da categoria comerciária, que é majoritariamente de mulheres, que já vive a dupla jornada de trabalho e que ficará impedida da sua profissão religiosa, de conviver com a sua família?

Então, nos parece que hoje a lei permite a livre negociação entre patrões e empregados, via sindicatos, e, portanto, a abertura em dez domingos, em doze, em nove, como sempre foi feito, mas com essas vantagens e sem levar a tal sacrifícios, porque isso tudo será, de uma penada, retirado.

Por outro lado, privilegiará, como já disse, os grandes centros comerciais, shoppings centers, prejudicando o pequeno comerciante de rua, de bairro, que hoje pode abrir com a sua família, que hoje pode abrir quando for do setor de verduras, de peixe, hotéis, rodoviárias. Então, vai beneficiar o grande capital comerciário, em grande parte, o internacional inclusive, e vai causar um prejuízo, a médio prazo, do consumidor, porque, hoje - é uma característica de Porto Alegre -, há o comércio de bairro, há a multipolaridade da Cidade. Eu, por exemplo, nos finais de semana e durante a semana, vou, a uma ou duas ruas adiante, e compro algumas coisas mais simples. Agora, com a abertura do comércio aos domingos, será retirada a clientela dos pequenos comércios de bairro e eles quebrarão. Quando eles quebrarem, o dia que eu precisar ir até à esquina comprar na ferragem, comprar no bazar, no armazém, não mais os terei, e, como já disse em outra ocasião, terei de pegar o carro, se tiver, e me deslocar a um grande shopping center para fazer uma pequena compra.

Por tudo isso, a Bancada do PC do B está-se manifestando contrária, Ver. Haroldo de Souza, respeitando o seu direito de apresentar este Projeto, e se dispõe a debater pessoalmente para tentarmos uma solução que defenda o pequeno comércio e os trabalhadores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não sei se eu falo inglês, até porque não sei falar inglês, pois o Projeto que apresentei aqui sobre a abertura do comércio aos domingos, Ver. Raul Carrion, é para aumentar o emprego. Não venha com essa ladainha, com esse seu discurso político aqui de que “se quebrar esse ou aquele e depois...”, não venha com essa história para o meu lado, não venha. Vou falar pela última vez: o Projeto, eu só apresentei, se criar mais vagas de emprego na Cidade. Se não criar, o Projeto fica por aí, aliás, como estão muitos projetos, inclusive, vou falar sobre um deles hoje.

O Bairro da Restinga, um dos mais distantes do Centro da Cidade e um dos maiores em densidade populacional espera, há muitos anos, o transporte de passageiros prometido por meio de táxis-lotação.

Estive na Restinga, e o povo que ali sonha - a Restinga te ama, Ver. Reginaldo Pujol - com o seu bairro atendido por um Pronto Socorro, já pedido nesta Casa - não sei por onde anda tramitando tal projeto e não lembro de quem seja -, sonha também com esse tipo de transporte que viria dar um pouco mais de conforto para os restinguenses que têm a sorte de conseguir emprego no Centro da Cidade.

Desde 1997, quando a EPTC se posicionou de forma oficial sobre o assunto, afirmando que iria instalar o transporte para aquele bairro, os restinguenses esperam por essa promessa.

Em 8 de janeiro de 1998, o Prefeito e Vice-Prefeito, Pont e Fortunati, respectivamente, promulgaram a Lei n.º 8.129, instituindo linhas especiais de serviço de lotação com terminais na Restinga e no Parque dos Mayas. Essa Lei foi promulgada no dia 2 de abril de 1998, pela Câmara Municipal. Tudo bonito, assinadinho, discursos, mas o Projeto, depois, teria voltado para esta Casa para uma reavaliação. Eu fui ao encontro desse Projeto, ele está aqui: (Lê.) “No prazo de 90 dias, o Executivo Municipal estabelece o ponto inicial das linhas do perímetro central da Cidade, bem como os pontos terminais nos Bairros Restinga e Parque dos Mayas.” Assinado pelo Presidente Ver. Luiz Braz na época. O Prefeito Municipal de Porto Alegre aprova e sanciona a lei, tal e tal. Está assinado aqui pelo Prefeito Raul Pont, pelo Secretário Municipal Luís Carlos Bertotto, Secretário do Governo Municipal José Fortunati.

A situação dos táxis-lotação para a Restinga está assim: na promessa, embora com o Projeto aprovado e sancionado. É aquela história que eu digo: de que adianta fazer o projeto aqui, se ele vai lá e volta com veto, e se ele é sancionado, ele não é executado. Para que serve a Câmara Municipal de Porto Alegre?

Em reunião com a EPTC, a Dona Marlene, que é responsável pelo Setor de Transporte da Comunidade da Restinga, em reunião agora há dois ou três dias, teve como resposta de que não está nos planos, para os próximos dias nem para os próximos meses, a implantação desse serviço para os restinguenses, embora o mesmo Projeto de 1998 já tenha beneficiado o Bairro Parque dos Mayas. Qual é a diferença dos moradores de outros bairros com os moradores da Restinga? Por que o mais populoso bairro do nosso Município não tem esse indispensável serviço de transporte coletivo, se o Projeto foi sancionado? O povo da Restinga é diferente? Não merece conforto e rapidez, principalmente rapidez, como os demais? Quando falo aqui que o trabalho que é feito nos Legislativos - não é só neste - são morosos e improdutivos, sinto no ar a desaprovação de grande parte de alguns companheiros, mas esta é a realidade. Falamos muito aqui e fazemos muito pouco, e quando o Ver. Dib - ele não fica brabo quando eu o chamo de Dib; fica brabo o Estilac que tenho de chamar de S. Ex.ª Estilac -, mas, quando o Dib diz aqui que fazemos leis demais, que não são cumpridas, ele tem plena razão. De que adiantou o projeto promulgado, atendendo só 50%? Atendeu o Parque dos Mayas, mas, o mesmo Projeto não atendeu a Restinga. Eu gostaria de ter uma resposta da EPTC.

E, finalmente, alguém diz que, quando eu venho aqui, é demagogia. Mas, demagogia é coisa nojenta, sim, mas mais nojenta ainda é a política partidária que se coloca acima dos interesses sociais!

Outra coisa, eu não sou de pedir Moção de Repúdio nesta Casa, eu penso igual ao Ver. João Antonio Dib, que não fica brabo se não for chamado por “Excelência”.

Mas, eu quero registrar aqui o meu repúdio à covardia do piloto Rubens Barrichelo, que trocou a honra de uma vitória na Fórmula-1 pela garantia de um contrato milionário junto à escuderia da Ferrari! O que sobra para o Luís Felipe Scolari, falta para o Barrichelo: dignidade e vergonha na cara! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos que nos assistem aqui e em casa. No dia de hoje, 13 de maio de 2002, nós comemoramos 114 anos da Abolição da Escravidão, modo de produção bárbaro que, historicamente, foi encerrado no Brasil como o último País do mundo que aboliu a escravidão. Temos esse recorde histórico, que nos desmerece. Proibido o tráfico negreiro, em 1850, a escravidão estava, evidentemente, condenada a desaparecer. Ela ainda sobrevive 388 anos, devido ao contrabando e à venda interna de escravos das regiões em decadência econômica para as regiões do café, principalmente, que estavam em processo de dinamismo.

As Leis do Ventre Livre e do Sexagenário; a primeira veio para incentivar a procriação dos escravos, já que não era possível mais trazê-los, e eles ficavam até a maioridade sob o comando dos senhores; e a dos Sexagenário para livrar-se dos velhos escravos não-produtivos, que eram um peso morto nas senzalas. Quando chegou o 13 de Maio de 1888, restavam apenas setecentos e cinqüenta mil escravos para serem libertados, dos mais de onze milhões de escravos que esta Nação trouxe da África em condições tão trágicas.

A classe dominante dos senhores de terra e dos senhores de escravos tomou todas as medidas para que essa abolição continuasse marginalizando os ex-escravos. As primeiras medidas se deram em 1850, com a chamada Lei de Terras, que levou a que os escravos não pudessem ter direito às terras devolutas, do Império às terras do Estado. E somente os senhores poderiam adquiri-las com o dinheiro sonante. Não bastasse isso, as teorias racistas do branqueamento da população brasileira levaram a excluir do mercado de trabalhos os escravos que, depois de 388 anos, eram considerados inaptos para o trabalho. Tinham, durante quatro séculos, construído o Brasil, e agora não tinham capacidade de trabalho e era preciso trazer imigrantes brancos da Europa, para que o país adentrasse na economia capitalista.

Evidentemente, que essa história que estamos, em rápidas pincelas reconstituindo, é a causa da enorme discriminação racial, discriminação econômica que submete, hoje, os negros no Brasil a essa situação social tão difícil. E justifica, portanto, aquelas medidas legislativas, e outras, no sentido de resgatar essa etnia tão sacrificada no nosso País, que hoje já compõe em torno de 40% dos brasileiros, mas ocupa menos de 2% dos postos de comando no País, um percentual também mínimo nos parlamentos e, economicamente, tem uma situação para o mesmo trabalho extremamente inferior a da população branca.

Compreendemos, evidentemente, que o 13 de maio não foi a verdadeira libertação do povo negro, tanto que o 20 de novembro é a data consagrada a Zumbi, pois refere-se à luta do povo negro, que continua, mas devemos resgatar também em 13 de maio essa história, para compreender as origens da discriminação, da opressão de cor, da exploração dessa etnia que tanta contribuição deu para o nosso País.

Então, queremos registrar o nosso reconhecimento ao povo negro do nosso País, pois o PC do B, historicamente, tem sido um aliado seu nas suas grandes lutas como povo explorado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero aqui me referir a uma matéria do Correio do Povo, de domingo, com o título: “Condições das Pistas Provocam Reclamações”, matéria que transcreve o que foi dito pelo titular da Secretaria Municipal de Obras e Viação, ex-Ver. Guilherme Barbosa, a respeito de uma solicitação feita por este Vereador que criticava aquele trecho da Av. Borges de Medeiros entre a Av. José de Alencar e a Av. Ipiranga que não tem asfalto. Único trecho do Centro à Zona Sul, a Ipanema que não é asfaltado. O que diz o ex-Vereador e hoje Secretário de Obras Guilherme Barbosa? Diz que não asfaltará o trecho, pois o pavimento é de boa qualidade e não dá gasto de manutenção. Se o Secretário diz que não vai asfaltar...

Se nós pegarmos um Pedido de Providências do Ver. Carlos Alberto Garcia, do ano de 1999, veremos que o Vereador está solicitando pavimentação da Av. Borges de Medeiros, nesse trecho. Dentro do Processo todo, interno, da Prefeitura Municipal, lá, num determinado momento, a EPTC pede para o GPE, Engenheiro Delmar Cabreira: (Lê.) “Solicito informação sobre o pleito do Ver. Carlos Alberto Garcia”. Diz o GPE: (Lê.) “Informamos que o trecho da Av. Borges de Medeiros a asfaltar, objeto do presente, está arrolado como contrapartida, medidas compensatórias para ampliação do Shopping Praia de Belas. Todas as medidas para ampliação do referido shopping já foram apresentadas formalmente aos empreendedores pela coordenação do grupo de grandes empreendimentos da Prefeitura Municipal – GP. Maiores informações poderão ser fornecidas pela SMAM”.

Ver. Estilac Xavier, V. Ex.ª, que foi um grande Secretário de Obras, sabe disso; o Ver. Guilherme Barbosa, que talvez não seja tão grande Secretário de Obras, não sabe disso. Quando o Ver. Guilherme Barbosa diz que não asfaltará, ele está ignorando um processo interno. Quando as estruturas internas da Prefeitura, devidamente ouvidas, já disseram que está lá, em contrapartida com o Shopping Praia de Belas, quando o Shopping Praia de Belas resolver fazer a ampliação, em contrapartida, outras melhorias terão de ser feitas no entorno, dentre as quais o asfaltamento. Primeiro, há o convencimento da Prefeitura da necessidade de asfaltar, senão não colocaria em contrapartida algo que entendesse não-necessário. Mas segue o Secretário Guilherme Barbosa, na sua explicação de por que não asfaltar. Diz ele que é contra o asfaltamento da Borges, porque serve para escoar, para drenar, já que a pavimentação é de boa qualidade de paralelepípedos e isso é bom para drenar as chuvas na cidade de Porto Alegre, diminuindo o risco. Ora, então o Secretário Guilherme Barbosa se contradiz, porque a Prefeitura asfalta a Cidade toda e só ali isso serve; então não existe o objetivo da drenagem. No que se refere ao lugar onde deve ser asfaltado, e o Secretário entende que não, a justificativa é de que ali é bom para drenar. Recordo-me de que ali é próximo ao piscinão feito na Praia de Belas, na Av. Padre Cacique, que não tem funcionado muito bem.

Conversava com o Ver. Beto Moesch, que tem conhecimento da matéria, e ele me lembrava que no próprio plano plurianual, aqui na Câmara, ali está previsto para estudo o asfalto poroso. O asfalto poroso tem esse objetivo de drenar, ele serve como um capeamento de boa qualidade e drena. Também me lembrava o Ver. Beto Moesch a idéia de asfaltar até próximo ao meio-fio  – não junto ao meio-fio -,  deixando-se  uns  40 cm de paralelepípedo para que a água possa escoar. Mas o ex-Vereador entende que não deve ser asfaltado, que as pessoas têm de continuar correndo risco de vida, os acidentes se multiplicando. E, falando em acidentes, diz, na mesma matéria, o ex-Vereador e Secretário: “Em 2001 houve cento e sessenta e três acidentes entre as avenidas Ipiranga e Salgado Filho. O paralelepípedo faz com que os motoristas sejam mais cautelosos, e a drenagem natural evita alagamentos.” Ora, este Vereador recebeu, no dia 30 de abril, a resposta de um Pedido de Informações, e lá são solicitadas as vinte avenidas e ruas com maior incidência de número de acidentes na cidade de Porto Alegre, e diz o Secretário que foram cento e sessenta e três nesse trecho. Eu olho todas as ruas, desde a Av. Bento Gonçalves, Av. Protásio Alves, Av. Farrapos, Av. Assis Brasil, Av. Baltazar de Oliveira Garcia, todas as vinte ruas, e não consta aqui a Av. Borges de Medeiros, e elas têm número de acidentes menores, iniciam com duzentos e sessenta e oito e estão em noventa e dois, e o Secretário disse que foram cento e sessenta e três. Ou o Secretário é mentiroso ou o documento fornecido para esta Câmara não é verdadeiro. Ora, se nós queremos desenvolver aqui um trabalho para melhores condições, parto do princípio, Ver. Reginaldo Pujol, que essa resposta do Pedido de Informações é absolutamente verdadeira. Para que tenhamos os dados oficiais, eu os recebi no dia 30 de abril. O ex-Vereador e Secretário ou é desinformado ou está brincando com os números, está omitindo os números verdadeiros, está querendo aumentar os acidentes no outro trecho para dizer que naquele, que deveria ser asfaltado, os acidentes são menores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Marcelo Danéris solicita inscrição para uma Comunicação de Líder.

O Ver. Carlos Alberto Garcia havia solicitado a palavra para uma Comunicação de Líder? (Pausa.)

Deixo assegurada a inscrição do Ver. Marcelo Danéris para falar, logo após, em nome do Partido dos Trabalhadores.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço à Liderança do PT por ceder o seu tempo para que possamos falar antes. Muito obrigado, Ver. Marcelo Danéris.

Hoje, de manhã, nós tivemos a oportunidade, e na sexta-feira, foi criada uma comissão suprapartidária, uma Comissão Externa para visitar o Presídio Central. Os senhores estão lembrados que, na sexta-feira, abordei um assunto relativo ao fechamento da escola, e hoje tivemos oportunidade de visitar a escola. Lá estiveram este Vereador, o Ver. Sebastião Melo, a Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Ervino Besson, o Ver. João Batista Pirulito e o Ver. Antônio Losada. Primeiramente os Vereadores tiveram a oportunidade de visitar a escola, ver as instalações onde os presos têm suas aulas. Inclusive também pudemos ter acesso a uma biblioteca que tem um acervo de mais de dez mil volumes. Depois, tivemos uma reunião com o Major Matana, que é o Diretor do Presídio. Lá obtivemos inúmeras informações. Primeiro, a constatação do próprio Diretor do Presídio dizendo que sabe da necessidade de continuar a escola, mas também coloca que o Governo do Estado recebeu verbas e que vai sair uma obra que vai ocupar todos os espaços relativos à questão do presídio. Ao mesmo tempo, também informou que as obras lá realizadas vão fazer com que o local da escola seja transformado em ambulatório, e o ambulatório seja transformado em escola. Mas, ao mesmo tempo, colocou algumas alternativas. Por exemplo, que também está sendo feita uma reforma no hospital e que, talvez, no hospital pudesse haver um ambulatório. O que, na verdade, a comissão fez foi tentar argumentar, junto à Direção do Presídio, que fechar uma escola é algo inadmissível, e foi propor uma solução, uma alternativa para que essa escola continuasse sendo viável. O Diretor nos colocou a dificuldade, e agora nós estamos procurando manter um contato com o Aírton Michel, Superintendente da SUSEPE e Secretário Substituto da Segurança e da Justiça, e também com a Secretaria da Educação, para tentarmos, por meio de uma reunião - pode ser por intermédio da Comissão de Educação ou através dessa Comissão Externa -, viabilizar uma dinâmica para que os alunos não percam suas aulas, até porque agora, em agosto vai haver o Supletivo.

Um outro dado interessante foi que nós tivemos a oportunidade de receber um abaixo-assinado - depois eu vou distribuir cópias a todos os Vereadores. Neste fim de semana passou-se uma lista de um abaixo-assinado dizendo o seguinte: “Nós abaixo assinados defendemos a continuidade do funcionamento da escola que se encontra dentro do Presídio Central de Porto Alegre”. Mais de seiscentas pessoas que lá foram visitar os seus familiares assinaram, todas elas com nome e o documento de identidade.

Então, na realidade, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, é um assunto grave que merece uma atenção especial, mas eu acredito no bom senso e num grande entendimento, já que essa Comissão suprapartidária viu mais do que nunca a necessidade de não fechar essa escola, e entendemos que este será o objetivo. Solicitamos que todas as Bancadas fiquem engajadas nesse movimento para que nós possamos vir aqui o quanto antes e dar uma notícia dizendo que a escola do Presídio Central foi reativada. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Ver. Reginaldo Pujol, na presidência dos trabalhos hoje à tarde, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, é importante começar, Ver. Luiz Fernando Záchia, lhe garantindo que o nosso companheiro Secretário Guilherme Barbosa, Vereador desta Câmara, é um homem muito sério; com certeza ele não é mentiroso, e, com certeza, ele tem responsabilidade do que trata e do assunto que trata. Na questão da Borges, ali realmente existe uma pavimentação boa, ali realmente escoa melhor a água das chuvas.

O Ver. Beto Moesch há de concordar que também é um defensor do não-capeamento direto de toda a Cidade, e obviamente não tem uma relação paralela direta com as vilas e os bairros que são asfaltados, porque nessas vilas e nesses bairros não há pavimentação alguma. Nós não estamos falando de paralelepípedo, nós estamos falando de chão batido. Então, nós estamos tratando de um asfaltamento em um local onde tem uma boa pavimentação, sequer um desnível, buraco, coisa do gênero, que não prejudicam o trânsito e ajudam no escoamento das chuvas. No mínimo, é uma posição responsável a do Secretário. Agora, não tem como fazer disso uma comparação direta às vilas onde não tem pavimentação alguma, não tem paralelepípedo, não tem nada. Deve ser pavimentado, e isso tem sido feito ao longo dos anos. Tenho certeza de que o nosso Secretário, o companheiro Guilherme Barbosa, tem toda a tranqüilidade de fazer um debate, em alto nível, de interesse da Cidade. Eu sei o que o Ver. Fernando Záchia - que se empolgou um pouco nos adjetivos contra o nosso Secretário - está levantando. Certamente, o Ver. Guilherme Barbosa é um Secretário que respeita a Câmara, caso saia da Secretaria, ele voltará a esta Casa e, com certeza, tratará deste tema com bastante tranqüilidade.

É importante tratarmos, também, sobre o panfleto distribuído pelo Ver. Sebastião Melo na reunião do Orçamento Participativo. Em primeiro lugar - como já foi dito por outros Vereadores nesta tribuna - ele é um irresponsável. Diz que os desempregados têm direito a trinta passagens: “passe lá, e tal, e pegue as suas passagens”. No mínimo, isso é irresponsável para quem tem um mandato e responde pela Cidade e pelos interesses desta população. Vamos tratar com responsabilidade os assuntos aqui.

O Ver. Sebastião Melo está pedindo uma ouvida da Comissão de Constituição e Justiça para saber se tem validade essa lei ou não, mas no panfleto, ele afirma que tem. Não precisa mais a ouvida das Comissões conjuntas, pois, segundo o Ver. Sebastião Melo, está aprovado, ele põe no panfleto.

Depois, diz para as pessoas reagirem caso haja um corte de água. Já foi alertado aqui, inclusive, que pode ser mal-entendido do ponto de vista da violência da reação. E ainda diz mais: “O gabinete do Vereador o ajudará a entrar com todas as ações judiciais”. Mas, ora, gabinete de Vereador não é para estar fazendo este tipo de clientelismo. Vamos estabelecer uma relação responsável e séria com a cidade de Porto Alegre.

Mas existe uma outra parte, Ver. José Valdir, que, se não fosse trágica, seria cômica. O Vereador diz o seguinte: “Tem mais, porque a temática autoriza 50 mil reais para a compra de obras de arte”. Ora, obras de arte, no jargão dos engenheiros - o Vereador, talvez, tenha se mudado há pouco para Porto Alegre e não tenha visto no OP, - significam a construção de viadutos. Mas o Vereador tratou como se fossem obras de arte, que a Secretaria ou o OP tivessem liberado a compras de obras de arte mesmo, um quadro, quem sabe uma escultura. Mas é não conhecer nada e não ter sequer o cuidado de estudar antes de apresentar um panfleto desses, e distribuiu para as pessoas como se as pessoas fossem desapercebidas, não participassem, não soubessem o que é Orçamento. Estão participando lá e conhecem muito bem, inclusive criticaram o panfleto.

Por último, é importante dizer sobre a CPI do DEMHAB que a Bancada do PT recorrerá às liminares, Ver. João Bosco Vaz. Até porque, além de ser ilegal instalar duas CPIs sobre o mesmo assunto no mesmo ano, tendo uma sub judice, isso custa dinheiro público para a Câmara de Vereadores. Cada vez que se instala uma CPI aqui é estrutura para treze Vereadores, é xerox, são pessoas trabalhando em horas-extras, é taquigrafia, é gravação, é microfone; ora, isso custa dinheiro público, e nós temos de ter aqui a responsabilidade de não gastar dinheiro público em vão, porque depois nós queremos saber, sim, quem é que vai recolocar, Ver. Zé Valdir, o dinheiro público gasto em duas CPIs que saíram do nada. Quem é que paga isso? É a população de Porto Alegre. Temos de tratar com responsabilidade o dinheiro público da população de Porto Alegre, que paga com muito sacrifício e com muita responsabilidade os seus impostos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, apenas para fazer um registro, não vai ser o assunto que eu vou tratar aqui da tribuna, mas quando o Ver. Marcelo Danéris diz que tem de ter zelo no caso do gasto de recursos públicos, eu continuo insistindo que gastar 10, 12, 15 milhões em propaganda não é demonstrar zelo com o dinheiro público, ainda mais da forma como ele é gasto, quando faltam remédios em postos de saúde, quando faltam, ainda, recursos preciosos para que a nossa população possa, de alguma forma, ter uma vida um pouco melhor. As escolas estão caindo aos pedaços, não faz muito tempo desabou o teto da Escola Dom Diogo, por pouco não matando crianças. Então, realmente a questão, no nosso Estado e na nossa Cidade é muito séria com relação ao mau uso dos recursos públicos.

Eu vou tomar cuidado para não ferir a legislação, mas não posso deixar de registrar que hoje, pela manhã, tive um orgulho muito grande de integrar esse grupo do Partido da Frente Liberal.

Todos sabem dos problemas que vivi quando tive de fazer essa nova opção política em minha vida. Eu estive presente no Restaurante Mosqueteiro, do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, e lá estava presente, de maneira garbosa, representando os interesses da Frente Liberal, o meu companheiro de Partido, o Ver. Reginaldo Pujol, ao lado do Presidente do nosso Partido, aqui, no Rio Grande do Sul, o Dr. Germano Bonow, ao lado das maiores lideranças do PFL em todo o Rio Grande do Sul, e discutiu-se com essas lideranças do Partido da Frente Liberal sobre a validade ou não de se fazer uma aliança com o PPS, com o ex-Governador Antônio Britto, para enfrentar as próximas eleições aqui em nosso Estado. Por unanimidade, depois da fala do Ver. Reginaldo Pujol, depois da fala do Deputado Onyx Lorenzoni e depois da fala do Presidente do Partido, Dr. Germano Bonow, todos os que estavam presentes lá no Mosqueteiro referendaram a candidatura do Dr. Germano Bonow ao lado do Dr. Antônio Britto, para que possam enfrentar as eleições deste ano, aqui, no Rio Grande do Sul. Logo após o ato do PFL, chegou ao Mosqueteiro a figura do Dr. ex-Governador Antônio Britto, acompanhado por lideranças do PPS, e ali foi ratificada a possibilidade de uma aliança, que se vai concretizar, é claro, no momento correto, no momento em que nós estivermos já caminhando oficialmente dentro dessas eleições, quero dizer, após as convenções. Mas ratificou-se a grande possibilidade de prosseguirmos lado a lado em um projeto para fazer com que o Rio Grande do Sul possa recuperar as suas melhores condições, de o PPS e o PFL podendo marchar lado a lado com essas duas figuras magistrais e notáveis da política do Rio Grande do Sul - o ex-Governador Antônio Britto e o Dr. Germano Bonow - podendo encabeçar uma chapa que, eu tenho certeza absoluta, dignificará a política em todo o nosso Estado.

Fiquei, hoje, feliz por ter ingressado neste Partido político, que sabe fazer política e sabe buscar aquilo que é o melhor para o Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, um dos esteios da democracia é o contraditório. O Ver. Marcelo Danéris, da tribuna, agora há pouco, chamou este Vereador de “irresponsável”. De duas uma: ou o Vereador retira a palavra “irresponsável” ou quero pedir a V. Ex.ª, baseado no Regimento, que seja concedido Tempo Especial para que este Vereador possa manifestar-se, em nome da democracia. De duas uma: ou ele retira a palavra “irresponsável”, ou eu quero submeter ao julgamento deste Regimento, que diz que, quando o Vereador é atingido na sua honra, ele tem o direito de responder. E é isso o que eu quero.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ver. Marcelo Danéris, como recolhi o que seria uma Questão de Ordem, eu vou conceder idêntico tempo para V. Ex.ª.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o uso deste expediente pelo Ver. Sebastião Melo, respondendo no microfone de apartes, onde devem ser feitos esclarecimentos, Questão de Ordem e Requerimentos, não pode ser aceito pela Mesa. Eu não retiro e digo que não é ele que vai cassar a palavra dos Vereadores, posições políticas, julgamentos políticos, liberdade política para falar da tribuna, ele que tanto ataca a todos sem nenhum cuidado. Eu quero encaminhar, primeiro, no sentido de que a Mesa não conceda apartes que não estejam previstos no Regimento. Em segundo lugar, gostaria de dizer que não concordamos com o direito de resposta, porque, a partir disso, todos terão direto de resposta sobre todas as falas feitas da tribuna, pelas Lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Recebo o Requerimento do Ver. Sebastião Melo. Informo que logo nos manifestaremos sobre o requerido. Neste momento, passamos à verificação de quórum.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Antes de iniciarmos a discussão, para que não ocorram prejuízos, gostaria de deliberar sobre o Requerimento do Ver. Sebastião Melo, que solicita, alternativamente, a retirada da expressão “irresponsável” dos Anais ou a oportunidade de direito de resposta. Quero, em deliberando, dizer que o pedido alternativo, na sua primeira parte, não cabe por nós ser deliberado, e já o foi pela manifestação que o Vereador, Líder do Partido dos Trabalhadores, realizou, ao confirmar a expressão, não autorizando a sua retirada. Nessas condições, cabe deliberar sobre o segundo item do pedido alternativo, que se funda, naturalmente, na possibilidade regimental que abre a possibilidade de que, em até dez minutos, haja manifestação do Vereador que se julgar atingido na sua honra por manifestação realizada durante as Sessões desta Casa. Não nos cabe aqui ser Corregedor nem tampouco limitar as expressões que eventualmente venham a ser usadas na tribuna, que são da mais inteira responsabilidade dos autores. Da mesma forma, não nos parece aplicável, na espécie, a disposição regimental, pois que daríamos a um incidente comum nesta Casa uma dimensão muito grande, com a qual abriríamos um precedente muito forte. Assegurando o direito de recurso ao Ver. Sebastião Melo, eu indefiro o seu pedido.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, respeito a sua decisão. Não concordando com ela, farei, por escrito, o recurso da matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Fico grato a V. Ex.ª É esse o sentido do debate democrático. Havendo o instrumento regimental do recurso, não há por que deixar de usá-lo se existir inconformidade com a decisão desta Presidência, que não tem a pretensão da infalibilidade.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, na última reunião conjunta das Comissões, houve pedido de vista de quatro projetos. Então, eu solicitaria a V. Ex.ª, se assim for possível, que se vençam essas matérias nos primeiros momentos da Ordem do Dia e, posteriormente, se passe à ordem que as Lideranças entenderem.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Recolhi o Requerimento de Vossa Excelência.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, pedindo escusas ao Ver. Elói Guimarães, porque não havia chegado a conversar com ele, nós havíamos conversado com as Lideranças no sentido contrário: de encerrarmos a discussão do primeiro Projeto de Veto, que já havíamos iniciado na semana passada, para, depois, passarmos às Comissões, antes dos dois outros Vetos. Encerraríamos essa discussão e iniciaríamos a discussão logo no início da próxima quarta-feira, e, imediatamente, as Comissões conjuntas. Quero-me penitenciar, foi uma falha minha não ter falado com V. Ex.ª, Ver. Elói Guimarães, e apelo a V. Ex.ª que concorde com a nossa proposta. A proposta, Sr. Vereador Presidente, seria concluir a discussão do Veto, com os que se acham inscritos, e fazermos as Comissões conjuntas na quarta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Perfeito, acredito que, de certa maneira, torna-se dispensável que deliberemos, de imediato, sobre o Requerimento do Ver. Elói Guimarães, até porque S. Ex.ª pedia que, na oportunidade adequada, se atendesse a providência por ele solicitada.

Transfiro a presidência dos trabalhos ao Ver. José Fortunati.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3409/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que denomina Unidade de Saúde Doutor Saul Pinto Ciulla a Unidade de Saúde Bananeiras, localizada no Bairro Cel. Aparício Borges.

 

Pareceres:

- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela rejeição do Veto Total;

- da COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- discutiram a matéria, em 10-05-02, os Vereadores M.Danéris, A.Hohlfeldt, J.A.Dib, J.B.Pirulito (cedeu p/ J.Pinheiro),  R.Carrion, Dr.Goulart, Z.Valdir, J.Pinheiro, E.Besson, M.Celeste.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 09.5 – Quinta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 234/01, com Veto Total. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa questão de denominações, às vezes, atrapalha muito os trabalhos efetivos desta Casa. Vejam, os senhores, que hoje, segunda-feira, às 17h56min, iniciamos a Ordem do Dia para discutir o Veto de um nome a uma unidade sanitária, que já é por demais conhecida na região como Unidade Bananeiras. Este é o nome tradicional, este é o nome já temperado, e eu não vejo nenhuma razão para agregar nenhum outro nome, por mais importante que seja a personalidade que se queira denominar essa unidade sanitária. Não vejo também por que, em alguns momentos, nós queremos mudar o curso da história. Por exemplo, quem chamará o Largo da EPATUR que não seja o nome Largo da EPATUR? A história já demonstrou isso sobejamente. Há ruas em Porto Alegre que já mudaram de nome, no entanto, todo mundo as chama pelo nome tradicional, principalmente em prédios públicos não há necessidade, quando há um nome consolidado, de agregar outro nome ou de mudar esse nome, porque isso só traz confusão. Isso não ajuda a população, por mais importante que tenha sido essa pessoa que se queira dar esse nome. Desculpe-me o Vereador proponente, mas não agrega, não ajuda.

Portanto, temos de fazer esse debate. Nós devemos ter muito mais preocupações com as ruas a, b, c; com o acesso y; travessa x ou y, que não têm denominações em vilas periféricas. Para isso é preciso muito trabalho, para isso é preciso falar com a comunidade, saber qual é o nome que querem dar, passar um abaixo-assinado, fazer essa mobilização. Portanto, não vejo nenhuma razão para que se mude um nome já consolidado. Acredito que não estamos contribuindo para o avanço dos serviços nesse local, pelo contrário, estamos atrapalhando a população daquela região.

Por isso, eu mantenho a nossa posição, a posição de veto a essa denominação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL n.º 234/01, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, sobre o Veto ao nome proposto ao Posto de Saúde - Unidade Sanitária pelo Ver. Dr. Goulart, há uma grande preocupação nossa de que esta Casa sintonize mais com a sociedade, com a comunidade.

Eu acho que este caso do Veto é um exemplo interessante para refletirmos o quanto nós nos preocupamos por estar repercutindo, aqui dentro, realmente as necessidades, os quereres, a cultura do nosso povo.

Quando nós discutimos a mudança na escola - quero fazer esse paralelo, porque ele elucida -, nós dizíamos que uma educação que, realmente, construísse aprendizagens significativas, teria, sim, de fazer a leitura da realidade, teria de ter a capacidade de compreender e trazer, para dentro da escola, a cultura dos alunos, a experiência cultural desses alunos, os problemas que a comunidade está vivendo e nós professores, que viemos da Academia, teríamos a responsabilidade de sermos positivos, de ter essa capacidade de identificar, de trazer essas falas para dentro da escola e fazer o diálogo do conteúdo sistematizado, do conteúdo científico com as falas, com a cultura popular, que não é de menor qualidade ou de menor valor, mas fazer esse diálogo para agregar conhecimento, para problematizar o senso comum, para ajudar o aluno, instrumentalizando-o a compreender o seu mundo, a agregar informações, a ter uma opinião mais consistente sobre ele e a produzir conhecimento real.

Só revolvendo a terra, só revolvendo o conhecimento que está no entorno da escola, é que nós produzimos novos conhecimentos, que plantamos novas sementes, que engatamos o conhecimento científico com o popular e recriamos o conhecimento. Acho que o nosso papel na Câmara de Vereadores é muito isso, nós temos que ser propositivos. Nós temos que ser propositivos a partir da discussão e da leitura da realidade, das necessidades, das expectativas, da facilidade ou dificuldade que vamos estar colocando para a nossa população ou não. E esse é um dos casos, pois está consagrado o nome Bananeiras, é um nome que tem sentido para a comunidade, que é mais facilmente localizado. É importante respeitar isso, é importante podermos perceber que esse nome não é um nome singelo, é um nome muito significativo, que diz respeito à história daquela comunidade do entorno do posto de saúde.

Tem um exemplo de um outro projeto que está tramitando na Casa, que é um nome para a Usina do Gasômetro. Discuti isso com o autor do projeto, o colega, o Ver. Haroldo de Souza. Usina do Gasômetro é um nome consagrado pela Cidade. A Cidade a conhece, é um ponto de referência, um ponto cultural com esse nome. Qual o sentido de agregar o nome Sinval Guazelli a um nome que a população não irá incorporar? É quase um desrespeito, inclusive, a pessoa que queremos homenagear.

Então, me parece que este Veto deve ser mantido nesse sentido. Nós temos que prestar as homenagens a partir da leitura, da possibilidade dessa homenagem ter significado para o local onde nós vamos direcionar o nome, ter sentido para as pessoas, não ser uma agressão, um corpo estranho no lugar onde estamos colocando um novo nome. Pois essa é a forma, inclusive, legítima, Ver. Humberto Goulart, de homenagear a pessoa, o reconhecimento da comunidade no entorno e tal. Então, eu não acho que o Sinval Guazelli vai se sentir homenageado se, por exemplo, até a Associação da Usina do Gasômetro acha que não cabe modificar o nome da usina ou agregar algo ao nome da usina.

Então, eu acho que, esta preocupação, nós devemos ter, porque aí, nós estaremos aliando uma homenagem significativa ao respeito e ao atendimento dos interesses e necessidades da comunidade envolvida na homenagem. Então, eu acho que é importante nós, como um todo, mantermos o Veto a este Projeto. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLL n.º 234/01.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, recordo-me do início da gestão Olívio Dutra, o nome do Arquivo Histórico era Arquivo Histórico de Porto Alegre, e eu resolvi fazer uma homenagem e coloquei o nome “Arquivo Histórico de Porto Alegre Moisés Vellinho”. Ora, V. Ex.as não têm idéia do que aconteceu! O mundo desabou em Porto Alegre! Porque a patrulha ideológica petista não queria saber de um nome como o de Moisés Vellinho, nome consagrado na historiografia rio-grandense. O Projeto foi vetado.

Recordo-me de um artigo escrito pelo professor – até com vínculos familiares com a minha família -, Prof. Mário Maestro Filho, que escreveu um trabalho: “Moisés Vellinho ou fascismo no Rio Grande do Sul.” Fizeram, Ver. José Fortunati, V. Ex.ª não tem idéia, todo tipo de ataque possível a Moisés Vellinho. Ver. Elói Guimarães, um dos mais antigos Vereadores desta Casa, há de se recordar desse momento. Agora, V. Ex.ª propõe: “Denomina Unidade de Saúde Dr. Saul Pinto Ciulla, a Unidade de Saúde das Bananeiras.” Que homenagem belíssima ao saudoso Prof. Saul Pinto Ciulla, tão estimado e tão querido, mas não é da grei de Pavlov! Certamente, hão de se recordar do ideólogo dos “Reflexos Condicionados da Academia de Ciências”, da extinta União da Repúblicas Socialistas Soviéticas. Não é. Se fosse a unidade Pavlov... Até o Vereador Pedro Américo Leal, um outro dia aprovou uma rua com o nome de Lênin aqui nesta Casa, mostrando o seu espírito aberto; outro dia, certamente, aprovou uma para Leon Trotski. Agora esse nome não satisfez, nem o de Moisés Vellinho. Então, vem veto ao nome de Saul Ciulla. Ora, convenhamos, não se justifica!

Certamente não vão sequer revogar, daqui a pouco, uma lei dessas, como já quis um Vereador que retornou a esta Casa. Todos sabem da minha posição de oposição ao regime militar, mas lá está a Av. Castelo Branco. Deixem o Gen. Castelo Branco descansar em paz! Já quiseram, Vereador, já saiu de alguma cabeça desta Casa a tentativa de revogar o nome da Av. Castelo Branco. A História que se encarregue de julgar Castelo Branco, Médici. A História é quem vai fazer a avaliação, não vai ser esta Casa, revogando; agora, homenagem, sim. Já está lançada a homenagem, sim. Eu fui autor de uma lei - e me orgulho - no Bairro Iguatemi, nos limites do Iguatemi, e desabou o mundo aqui também. Mas tudo isso, porque não é...

Agora, eu quero anunciar a V. Ex.ª, Ver.ª Sofia Cavedon, que eu estou ingressando com uma lei dando o nome de Albert Sabin a uma rua de um bairro popular. Eu não vou consultar a rua, porque recebi um mandato, como V. Ex.ª recebeu, de muitos votos, e tenho legitimidade de pedir um nome de rua para a pessoa, para a figura extraordinária que salvou milhões de crianças: Albert Sabin. Espero que o Prefeito João Verle, que gostaria, talvez, de sancionar um nome de rua com o nome de Pavlov, não vete. Ele não vai vetar, Albert Sabin, ninguém tem coragem de vetar. Eu já vou avisando: não me vetem o nome da Rua Albert Sabin, por razões as mais diversas que possam ocorrer em alguma cabeça de algum tecnocrata de esquerda de plantão, na assessoria do Sr. Prefeito Municipal, como tentaram fazer com o Moisés Vellinho e hoje tentam fazer com a memória do saudoso Saul Ciulla. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra a Sessão às 18h11min.)

 

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